Problemas expostos na BR 356

Um acidente envolvendo carro e moto que vitimou uma jovem estudante do Instituto Federal Fluminense (IFF) de São João da Barra, localizado à margem da BR 356, foi o estopim para protestos e para reforçar os pedidos por parte de políticos sanjoanenses sobre a necessidade de intervenções do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Vale ressaltar que na rodovia, no trecho que compreende a avenida Presidente Kennedy, em Campos, e Atafona, estão instalados 10 redutores eletrônicos de velocidade, sendo que, no intervalo entre a curva de Grussaí e a entrada da sede do município — onde está o IFF e outra escola municipal — não há nenhum. Na última semana, uma reunião na sede do Dnit traçou algumas metas e alunos do IFF realizaram uma manifestação para cobrar que as ações sejam efetivadas.
Por ter um longo trecho sem curva e com asfalto de boa qualidade, alguns motoristas aproveitariam para passar pelo local em alta velocidade. Indagado pelo motivo do índice de acidentes no trecho, o superintendente do Dnit no Rio de Janeiro, Fábio Moulin, decretou: “A falta de respeito à sinalização de trânsito, que no local é de 40 km por hora”, disse.
Na última segunda-feira (12), Fábio esteve reunido com o prefeito José Amaro Martins de Souza, Neco (PMDB), o deputado estadual Bruno Dauaire (PR), vereadores, secretários, pais e alunos da unidade sanjoanense da IFF para avalias as intervenções a serem feitas na rodovia. Foram anunciadas as instalações de dois quebra molas e sinalizações horizontal e vertical. “Serão executados dois redutores de velocidade, um antes do ponto de ônibus e outro depois, em 15 dias após reunião com representante da Prefeitura”, garantiu Moulin. Como a reunião aconteceu no dia 13 de julho, o prazo do Dnit expira no dia 28.
Em reunião no escritório do Dnit em Campos, vereadores sanjoanense levantaram a possibilidade da realocação de redutores de velocidade na BR 356 para as proximidades do IFF, mas Moulin descarta. “Por força contratual não há possibilidade de realocar os REVs (Redutores de Velocidade Eletrônicos)”, afirmou.
Projeto de duplicação da rodovia em avaliação
O superintendente do Dnit avalia várias intervenções positivas realizadas na BR nos últimos anos, entre eles os redutores de velocidade eletrônicos e a manutenção das estradas. “O Dnit tem feito um trabalho de manutenção e restauração, dando melhor condição no direito de ir e vir dos cidadãos. A BR 356 foi a primeira no estado do Rio de Janeiro a receber os benefícios do programa BR-Legal, programa federal de sinalização e aplicação de dispositivos de segurança rodoviária”, pontuou Fábio Moulin.
A necessidade de duplicação da rodovia também é avaliada pelo Dnit. Em recente pesquisa feita com usuários da BR 356, a duplicação era um dos pontos questionados. De acordo com Fábio, ainda não há uma resposta concreta, mas a possibilidade não é descartada pelo órgão responsável. “O Dnit Sede está fazendo estudos e levantamentos de dados que possa justificar ou não a possibilidade de duplicação dessa rodovia”.
As intervenções na rodovia, no trecho próximo ao IFF, irá beneficiar também outra unidade de ensino. A localidade conhecida como “Perigoso”, entre a curva de Grussaí e a sede do município, conta com uma escola municipal, a Belmiro Ribeiro Alves. A instituição atende alunos da educação infantil e do primeiro segmento do ensino fundamental.
Protesto de alunos do IFF cobra melhorias
Alunos, pais e funcionários do IFF de São João da Barra realizaram um ato na manhã da última terça-feira (13) para pedir intervenções que aumentem a segurança no trecho da BR. Na sexta-feira anterior, após a morte da jovem Fernanda Meirelles, de 16 anos, em um acidente envolvendo carro e moto na saída da instituição, um protesto foi feito em frente à Prefeitura. Além das cobranças, o ato homenageou Fernanda, com a recitação de poemas de sua autoria em sete paradas, entre o IFF e a área central da cidade.
Analista de sistema Valdeir de Souza Julio, que fez parte do grupo que organizou a manifestação, destacou que os principais objetivos do protesto foram homenagear Fernanda e reivindicar as intervenções que os alunos e funcionários da instituição julgam necessárias para a rodovia. “Agora vamos cobrar e fiscalizar. Vamos pressionar o Dnit e articular um grupo para ir a Brasília falar com os ministros da Educação e da Tecnologia sobre a nossa situação”.
Inicialmente, o protesto seria encerrado em frente à Prefeitura de São João da Barra, mas teve o trajeto alterado para que não houvesse interpretação de cunho político.