terça-feira, 7 de julho de 2015

MPF pede que Justiça volte a bloquear bens de Eike Batista


Eike BatistaO Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro informou hoje (7) que entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 2ª Região para reverter a decisão do tribunal que liberou parte dos bens do empresário Eike Batista.
A promotoria pede que voltem a ser bloqueados bens e imóveis até um montante de R$ 1,026 bilhão, para que seja garantido o pagamento da pena de multa, caso haja condenação por parte da Justiça Federal.
“Nesse momento é necessário garantir bens para o cumprimento da pena de multa qualquer que seja o patamar possível, sob pena de se permitir o esvaziamento do patrimônio pelo réu”, afirma procurador da República José Maria Panoeiro, responsável pelo recurso. O promotor defende que a multa é tão importante quanto a pena de prisão nos casos de crime cometido contra o mercado de capitais.
O MPF calcula que o valor que Eike teria obtido de forma ilícita com a venda de ações utilizando informações privilegiadas seria de ao menos R$ 342 milhões.
O recurso também inclui o pedido de bloqueio de bens cedidos, doados ou transferidos a sua mulher, Flavia Soares Sampaio, e aos filhos do empresário, Thor de Oliveira e Olin de Oliveira Batista. Segundo o MPF, essas doações ou empréstimos podem ser enquadrados como “ocultação de proveito decorrente da desoneração fraudulenta operada pelo empresário em relação ao crime de manipulação de mercado”.
A decisão que liberou os bens foi do final de abril, depois que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região afastou o juiz Flávio Roberto de Souza do caso, declarando-o suspeito de irregularidades durante o processo. A liberação dos bens foi determinada pelo juiz Vitor Barbosa Valpuesta, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que assumiu o caso.
Para a defesa do empresário, o Ministério Público está “cumprindo tabela” com o recurso, pois “não há respaldo legal para uma reforma da decisão”.
“Tão logo tenhamos conhecimento, vamos apresentar nossas contrarrazões”, disse o advogado Ary Bergher, ao defender que o juiz que liberou os bens do empresário foi imparcial, e sua decisão, “calcada e fundamentada, não merecendo nenhum reparo”.
O advogado acrescentou ainda que a defesa do empresário vai buscar na Justiça o desbloqueio de cerca de R$ 200 milhões que continuam confiscados. “Não há porque manter o bloqueio, não há nenhum fato”.

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