quinta-feira, 23 de julho de 2015

Delegado da 141ª DP de São Fidélis fala sobre caso de bombeiro que matou ex-esposa


  Vagner Basílio
Delegado aguarda chegada de laudos periciais para concluir inquérito
Uma semana após a prisão do autor do crime que causou a morte da enfermeira Erika da Conceição Berriel, de 29 anos, evitimou a jovem K. F.R., de 19 anos, o delegado titular da 141ª Delegacia Legal de São Fidélis, Rodrigo Maia, falou ao Site Ururausobre o depoimento do autor e vítima sobrevivente e sobre o andamento e fechamento do inquérito que deverá culminar na acusação de Fernando Pena, de 33 anos, por homicídio triplamente qualificado contra sua ex-esposa e por tentativa de homicídio duplamente qualificado contra a jovem.
Expondo alguns detalhes colhidos através de depoimentos Rodrigo Maia revelou que antes do crime, as duas estavam com o carro e iriam buscar o autor para trazer a Érica em Campos. Fernando estaria habituado a fazer esse trajeto com a ex-mulher de quem estava separado há cerca de cinco anos, e a jovem viria junto constantemente para estudar.
Ainda segundo o delegado, Fernando assumiu o volante e a discussão teria começado por que o autor do crime queria reatar com a ex-esposa, mas ela não queria, por já estar em outro relacionamento.
Durante a discussão, Fernando teria começado a esfaquear a jovem que teria tentado se defender, o que para o delegado, responde às marcas e ferimentos na parte superior do corpo, predominantemente nos braços, tórax e cabeça.
Segundo Rodrigo Maia, quanto à faca, que não foi localizada, o depoimento de autor do crime e vítima sobrevivente se divergem. “Ele diz que a faca era dele e que ficava dentro do carro e que a K. teria pego a faca. Ela diz que ele estava com a faca e que ameaçava as duas.”.
Ainda não há um consenso se K. desmaiou ou fingiu-se de morta após as facadas, mas segundo o delegado, ao chegarem na altura da Fazenda da Pedra,  Érica teria tentado fugir e ao sair do carro e foi perseguida pelo ex-marido que a teria golpeado pelas costas até o local onde o corpo foi encontrado. Lá ele teria além de continuado a esfaquear, atingido a vítima, por mais de uma vez, na cabeça, com uma pedra.
Numa primeira versão a imprensa chegou a noticiar que Fernando teria vindo para Campos, acreditando que K. estivesse morta, para se desfazer do corpo e posteriormente voltado para São Fidélis, onde executou a ex-esposa. Essa versão deveu-se a um vídeo, amplamente compartilhado pelo WhatsApp, onde pessoas que encontraram K. e acionaram o socorro, afirmavam que ela teria contado que o assassino a teria esfaqueado, abandonado no local e posteriormente saído com Érica ainda viva.
Segundo Rodrigo Maia, K. contou que teria se fingido de morta e que em dado momento do percurso, chegou a ouvir a porta do carro se abrir e acreditou ser a mala do veículo, onde Fernando supostamente estaria colocando a ex-esposa, mas Rodrigo Maia acredita que a vítima tenha desmaiado e que o momento que identifica seja quando Érica tentou salvar-se da morte.
Fernando participou da reconstituição do crime, mas de acordo com Rodrigo, ao chegar na Fazenda da Pedra, local onde matou Érica, ele desistiu de cooperar. O delegado acredita, com base no depoimento do autor e da vítima, que após golpear K. e ter a falsa certeza de que a mesma estava morta, Fernando tenha seguido para Campos onde se desfez da vítima e posteriormente seguiu para Ururaí, para se livrar das provas, incendiando o carro.
“Ele incendiou o carro, e arrumou um local para se lavar. Ele acreditava que ela estava morta e que incendiando o carro, estaria cometendo o crime perfeito. Depois ele poderia contar o que quisesse”, disse Rodrigo que acrescentou que Fernando disse que teria ido para a casa do amigo, no bairro Vila da Rainha, próximo do Cepop, a pé.
O delegado ainda vai decidir se o amigo do autor será ou não indiciado por ter cooperado com o mesmo abrigando-o em sua casa, mas também revelou que o ‘amigo’ colaborou com as investigações e disse que Fernando teria chegado a sua casa muito sujo e nervoso.
Rodrigo Maia finalizou dizendo que aguarda os laudos periciais da necropsia do corpo de Érica, exames de corpo de delito da vítima sobrevivente, do local do crime e de onde o carro foi encontrado, além do próprio veículo que mesmo queimado, será submetido a análise com luminol, substância que acusa a presença de vestígios de sangue. Também é objeto de análise a roupa supostamente usada pelo autor no dia do crime.
Fernando cumpre prisão temporária de 30 dias no Grupamento Prisional Especial do Corpo de Bombeiros Militar, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, e deverá ser indiciado por homicídio triplamente qualificado; por impossibilidade de defesa da vítima, motivo fútil e feminicídio, com pena que varia de 12 a 30 anos de prisão. Ele responderá também por tentativa de homicídio duplamente qualificado por impossibilidade de defesa da vítima e motivo fútil.
Uma vez condenado, o autor deverá cumprir pena um unidade prisional comum, mas em cela diferenciada.


 Fonte Ururau

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