terça-feira, 19 de maio de 2015

Supremo quebra sigilos de Collor


No cenário político nacional, em meio ao desdobramento das investigações do Petrolão, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) no período de 1º de janeiro de 2011 a 1º de abril de 2014. O pedido foi feito pela Procuradoria Geral da República (PGR) nas investigações da operação Lava Jato. Já o juiz federal Sérgio Moro ouviu seis testemunhas de acusação no processo referente a 10ª fase da Lava Jato e quatro ex-deputados se tornaram réus na operação. Enquanto isso, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) se reuniu com conselho político para falar sobre ajuste fiscal, cujos cortes orçamentários devem ser anunciados na próxima quinta-feira (21).
O pedido feito pela PGR apura se o senador cometeu o crime de lavagem de dinheiro e se recebeu cerca de R$ 3 milhões em propina em um negócio da BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras. Na época da abertura de outros inquéritos da Lava Jato, em março, Collor disse que irá provar sua inocência e negou “qualquer tipo de relação pessoal, política ou empresarial” com o doleiro Alberto Youssef, delator que colabora com as investigações.
Audiência - As seis testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal (MPF) ouvidas foram: Dalton Avancini e Eduardo Leite, ex-executivos da Camargo Corrêa e que cumprem prisão domiciliar em São Paulo; o advogado Carlos Alberto da Costa, que trabalhava na empresa GFD, do doleiro Alberto Youssef; Leonardo Meirelles, sócio da Labogen; Maurício Godoy e Marcos Berti, que foram ligados ao grupo Toyo Setal.
Entre os réus deste processo estão: Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras; Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços; João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT; Alberto Youssef, acusado de ser o líder do esquema da Lava Jato, além de empreiteiros. Duque e Vaccari pediram dispensa da audiência e tiveram o consentimento de Moro.
Quatro ex-deputados se tornam reús
A Justiça Federal aceitou as denúncias contra quatro ex-deputados federais acusados de envolvimento em esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. André Vargas (PT), Pedro Corrêa (PP), Aline Corrêa, e Luiz Argôlo (SD) foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) e são os primeiros ex-parlamentares réus em processos derivados da operação Lava Jato.
Dos quatro, apenas Aline Corrêa, que é filha de Pedro Corrêa, não está presa na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Além deles, os outros nove denunciados pelo MPF, na quinta-feira passada, também tiveram as denúncias aceitas, e passam a ser réus.
De acordo com o MPF, Pedro Corrêa era responsável, como liderança do PP, pelo repasse geral de propinas ao partido, tendo recebido diretamente R$ 40,7 milhões em propina do esquema entre 2004 a 2014. Já Luiz Argôlo criou uma “sociedade” com Youssef, disse o MPF.
No caso de André Vargas, os procuradores sustentam que a corrupção aconteceu em contratos da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde, e ocorriam através da agência de publicidade Borghi Lowe e da empresa Labogen.

Nenhum comentário:

Postar um comentário