sexta-feira, 15 de maio de 2015

Polícia Civil faz operação para prender 51 agiotas que atuam no RJ


Até as 18h, 20 foram presos; 2 deles são PMs, suspeitos de ameaças.
Segundo investigação, quadrilha faturava R$ 6 milhões por ano.

Do G1 Rio
Policiais da 19ª DP (Tijuca) realizam desde o início da manhã desta quinta-feira (14) a operação Limpidus com o objetivo de cumprir 51 mandados de prisão contra envolvidos em crimes de extorsão, agiotagem e associação criminosa no Rio de Janeiro. De acordo com a corporação, até as 18h, 20 pessoas foram presas, sendo dez em cumprimento a mandado de prisão e três em flagrante. Dois detidos eram policiais militares e um era fuzileiro do Exército. Segundo as investigações, a quadrilha faturava R$ 6 milhões por ano.
A ação acontece na capital, Niterói, São Gonçalo e na Baixada Fluminense. Participam equipes dos Departamentos de Polícia da Capital, da Baixada, do interior, com apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE). Duzentos agentes saíram da Cidade da Polícia às 6h. Segundo a Polícia Civil, esta era a maior quadrilha de agiotagem no Rio.
Segundo a polícia, os criminosos emprestam dinheiro a juros muito altos, sem a necessidade de aprovação de crédito. Em troca, as pessoas são obrigadas a assinar notas promissórias com valores bem maiores. As cobranças muitas vezes são feitas com ameaças e, em alguns casos, continuam mesmo após o pagamento do acordado.
"Passados um ou dois anos, com os contaots, não davam comprovante de quitação, ligavam com outros nomes para as mesmas vítimas dizendo agora que tinha comprado a dívida e que a pessoa não tinha quitado tudo, que faltou uma ou duas parcelas", explicou o delegado Deoclécio de Assis.
Em um prédio em Niterói, no Centro da cidade, os policiais prenderam o homem que é considerado o chefe da quadrilha. Clenílson Gomes da Silva não reagiu à prisão.
Clenílson Gomes da Silva é suspeito de chefiar a quadrilha de agiotas (Foto: Reprodução / Globo)Clenílson Gomes da Silva é suspeito de chefiar a quadrilha de agiotas (Foto: Reprodução / Globo)
Chefe cumpria pena em casa
Em 2011, ele já tinha sido preso pelo mesmo crime e condenado a 13 anos de prisão, mas Clenílson não chegou a ficar muito tempo na cadeia. Os policiais disseram que ele ganhou o direito de cumprir a pena em casa, porque tem diabetes. O suspeito usa uma tornozeleira eletrônica.
Os agentes também estiveram neste prédio de luxo no bairro de Icaraí, que, de acordo com os investigadores, também pertence ao chefe do bando. A quadrilha agia em vários bairros do Rio e da Baixada. Somente na Tijuca, na Zona Norte, funcionavam dez escritórios.
Vítimas atraídas por anúncios
Durante as investigações, os policiais descobriram que as vítimas eram atraídas por anúncios em jornais. A polícia afirma que os PMs Alexandre Ferreira da Silva e Èdson Dias também faziam parte do bando. E que os dois ameaçavam quem atrasava o pagamento das dívidas.
"Ligavam para pessoas idosas, de 70, 80 anos: 'olha, sua filha nos devem, não quer pagar. A senhora vê isso, se não nós vamos lhe matar, vamos matar sua filha. Então, os parentes cediam àquela exigência, né, na esperança de se ver livre do grupo", explicou o delegado.
Uma grande quantidade de dinheiro foi apreendida, incluindo um cheque de R$ 10,5 mil. Facas, cartões de crédito, um caderno de cobranças, relógios.
Presos em 2011
A quadrilha atua no Rio desde 2001. Em 2011, a polícia identificou e prendeu 11 deles. Ficaram presos três meses, voltaram para a rua e para o crime. Muitos deles foram detidos novamente nesta quinta.
Os presos vão responder por extorsão, ameaça e associação criminosa. As penas passam de 15 anos de prisão.
Lista de presos
Foram presos em cumprimento a mandado de prisão, segundo a Polícia Civil: Yvoney Ricardo dos Santos Pereira; Tiago Araújo da Silva; Wilson Vargas Magalhães; Rodrigo Barcelos de Oliveira; Clenilson Gomes de Oliveira; Douglas Gomes de Souza Nunes; o fuzileiro do Exército Wallace Abrahão da Silva; Rafael da Silva Pinto; Bruno Reis Couto; Junior Correa Berguerand Junger; Marcelo da Silva Germias; os policial militares Edson Dias e Alexandre Ferreira da Silva; Helton Moreira de Oliveira e Sheila Barbosa Rodrigues.
Foram presos em flagrante Constâncio Dias de Oliveira, pelo crime de porte ilegal de arma, e Adriel Souza da Silva e José Carlos Martins, ambos por associação criminosa.
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