quinta-feira, 2 de abril de 2015

Vítima e agressor dividem espaço em delegacia no ES, diz sindicato


Estrutura foi denunciada na Delegacia de Proteção à Criança, em Vitória.
Categoria diz que prédio tem infiltração e fios de rede elétrica expostos.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta
O Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol/ES) está cobrando melhorias nas condições de funcionamento da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) localizada em Jucutuquara, em Vitória.
A denúncia da categoria é de que as instalações elétricas estão expostas e há infiltração em todo o prédio. Além disso, o local é pequeno, fazendo com que em alguns casos as vítimas e agressores precisem dividir o mesmo espaço.
A Superintendência de Polícia Especializada disse que já existe um projeto de reforma em andamento, faltando a liberação da verba para realizar o serviço.
Vídeo
Imagens gravadas dentro da Delegacia mostram a situação. Sem janelas, apenas um condicionador de ar e dois ventiladores são usados para amenizar o calor.
O vídeo também mostra uma uma brinquedoteca ocupando um espaço apertado. Além disso, pedaços das paredes acabaram cedendo por conta da infiltração, e existe apenas um único banheiro destinado para homens, mulheres e crianças.
'Gambiarra'
Segundo o sindicato, sem outra opção, assistentes sociais e psicólogos precisam fazer o atendimento em uma garagem, dividindo o ambiente com um carro apreendido, móveis velhos e entulho.
Já no corredor, que deveria ser usado para a circulação de pessoas, um armário de metal foi colocado atrás do condicionador de ar. "Não tem espaço suficiente para comportar as pessoas, que se amontoam na recepção  junto com policiais, crianças, adolescentes, e agressores", declarou o presidente do Sindipol Jorge Emílio Leal.
Por dia, a DPCA realiza cerca de 30 ocorrência, atendendo casos como estupro, pedofilia, lesão corporal e problemas com a guarda dos filhos.
O Ministério Público já havia entrado com uma ação contra o governo. Em fevereiro de 2013, a sentença determinava a criação de mais quatro delegacias similares na Grande Vitória. O processo chegou ao Tribunal de Justiça (TJ-ES) em dezembro de 2014. Desde janeiro de 2015, está nas mãos de um desembargador.
"A delegacia não dá conta da demanda que recebe. Várias denúncias, que deveriam ser investigadas com mais velocidade, vão demorar mais", apontou a representante do MP Andreia de Souza.
Cobrança
O sindicato disse que vai denunciar a precariedade ao Corpo de Bombeiros, à Vigilância Sanitária, à Defesa Civil, e ao próprio Ministério Público. A categoria diz que quer um ambiente saudável de trabalho.
Outro lado
O Tribunal de Justiça informou que o processo não está parado, mas que ele apenas foi distribuído em dezembro e está sob avaliação do desembargador.
Já o superintendente de polícia especializada, José Darci Arruda, explicou que existe um projeto para reformar a delegacia em questão."Estamos vivendo um momento de adequação de orçamento público. Assim que tivermos condições de implementarmos, a reforma será feita. Espero que ainda esse ano", disse.
* Com colaboração de Eliana Gorritti, TV Gazeta.
Assistentes sociais e psicólogos dividem espaço com carro apreendido (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Assistentes sociais e psicólogos dividem espaço com carro apreendido (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

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