quinta-feira, 2 de abril de 2015

Secretaria de Agricultura procura alternativas para evitar mortes de gados, em Campos



  César Ferreira (Secom) / Carlos Grevi / Vagner Basilio
A partir de um mês, a silagem estará pronta e tem duração de um ano

Para evitar que o gado bovino continue morrendo por desnutrição, devido à falta de pastagens, em consequência da maior estiagem dos últimos 90 anos, em Campos, a secretaria de Agricultura iniciou a produção experimental de silagem com pés de abacaxi, que é rico em nutrientes.  
Os trabalhos começaram nesta terça-feira (31/04), na localidade de São Martinho, com o trabalho da máquina ensiladeira e trator da Patrulha Mecanizada. A ensiladeira de milho e capim foi adaptada e cortou e triturou os pés de abacaxi (após a colheita dos frutos) diretamente lançado num caminhão caçamba.
Nesta quarta-feira (01/04) as sete toneladas do material foram levadas para a localidade de Pitangueiras, onde a secretaria de Agricultura fez o silo de superfície experimental. Toda palhada dos pés de abacaxi foi transformada pela máquina em massa verde fibrosa e úmida, denominada volumoso nutricional (que pode ser dada ao gado in natura) ou transformada em silagem para uso prolongado por até um ano. O silo experimental foi feito na propriedade da família Souza Crespo, na localidade de Pitangueiras, onde a secretaria de Agricultura fez o primeiro silo de superfície com a silagem de pés de abacaxi.
“O silo de superfície compreende a distribuição de espessa camada do material triturado sobre o solo e é coberta em seguida com lona. O trator passa sobre a lona várias vezes para expulsar o ar e as bordas são vedadas para que no ambiente anaeróbico (sem oxigênio), ocorra a fermentação. A partir de um mês, a silagem estará pronta e tem duração de um ano, com alto teor nutritivo, melhor até que a silagem de milho sem espiga, do que sorgo, do que a silagem de cana e de capim, conforme explicou o técnico especialista em nutrição animal da Agroceres, Fernando Costa, que deu informações valiosas aos produtores. Ele retornará, em breve, a Campos, para ensinar a fazer silagem de mandioca (pés e raízes) e de cana (cana e palha)”, destacou o secretário de Agricultura, Eduardo Crespo. 
Para fazer a silagem experimental de abacaxi, dois produtores rurais doaram respectivamente, 150 mil pés de abacaxi, numa propriedade na localidade de São Martinho, e outros 80 mil pés, na localidade do Caboio, doados pelo produtor rural, Adeilson Pessanha, dono de 45 cabeças de gado. 
“Eu assisti às informações do Eduardo sobre a silagem com pés de abacaxi. Como depois da colheita a gente arranca os pés e joga fora, para trocar a cultura, ou corta na terra com a grade para servir de adubo, decidi doar os 80 mil pés, e em troca vou ficar com um pouco para minhas vacas, porque está todo mundo sem pasto por causa dessa seca”, declarou o produtor Adeilson.
Eduardo Crespo, ressaltou as vantagens da silagem de abacaxi. “A silagem de abacaxi tem de 5% a 6,5% de proteína, ao passo que a de milho (pés inteiro da planta), tem proteína de 7% a 9,5%”, disse. 
“No caso da silagem de milho, terá 65% de nutrientes digeríveis, enquanto a feita com os pés de abacaxi tem entre 53% e 55%. Isso demonstra que o teor de fibra é muito parecido com o de qualquer volumoso, e embora a silagem de abacaxi tenha um teor de proteína um pouco menor do que a do milho temos que levar em conta que temos a palhagem do abacaxi em abundância, e que parte é desperdiçada ao fim de cada colheita, que termina agora no mês de abril. Estamos providenciando uma silagem de superfície (no solo) como teste, e este recurso permite fermentar a massa, e após o processo, o produtor terá alimento para o gado por até um ano”, detalhou Eduardo.

Fonte Secom

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