terça-feira, 14 de abril de 2015

Polícia apura desvio de R$ 5,2 milhões de verba para merenda no RJ


Delegacia vê indícios de envolvimento de funcionários da prefeitura.
'Vamos tentar provar a formação de quadrilha', diz delegada.

Henrique CoelhoDo G1 Rio
A delegacia Fazendária da Polícia Civil apreendeu nesta segunda-feira (13) documentos e notas fiscais de oito empresas e seis creches suspeitas de desviar R$ 5,2 milhões em dois anos de verba federal para a alimentação de cerca de 700 crianças em instituições de ensino em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão no município.
Segundo a delegada assistente Tatiana Queiroz, há possíveis indícios de envolvimento de funcionários da Prefeitura do município na fraude.
"Vamos verificar se há provas de envolvimento no próprio controle interno da prestação de contas da prefeitura. Mas tudo será analisado a partir dos documentos e dos depoimentos que tivemos hoje", afirmou a delegada assistente Tatiana Queiroz.
"Já temos provas para sonegação fiscal, desvio de dinheiro público, falsidade ideológica e documental, fraude nas licitações, peculato e possivelmente lavagem de dinheiro. Agora, precisamos comprovar a formação de quadrilha. As investigações continuam", analisou.
Segundo a delegada, 16 pessoas foram ouvidas e liberadas após prestarem depoimento. A delegacia investiga o crime desde fevereiro deste ano, quando recebeu uma denúncia anônima de que funcionários de empresas e creches estariam desviando verba federal do Fundo de Educação Básica (Fundeb).
"Começamos a monitorar e essas creches compravam alimentos de empresas fantasmas e outras tinham Patrimônio incompatível, além de documentos falsos e notas fiscais frias", contou.

Apenas uma empresa nega
Na delegacia, o responsável pela creche Iavé Shamá negou o uso de notas frias. Já os donos das outras sete instituições admitiram que compravam as notas fantasmas, e alegaram que usavam o dinheiro para manutenção da creche.

Os sócios das empresas Luke e TJL, que também estiveram na delegacia, admitiram que vendem notas frias para creches. Os donos das outras empresas ainda não foram localizados.

A assessoria do fundo nacional de desenvolvimento da educação, que administra o Fundeb, explicou que quem deve fiscalizar o repasse de verbas é o tribunal de contas do Estado.

A prefeitura de São Gonçalo disse que vai tomar as medidas cabíveis assim que for notificada oficialmente, mas não explicou que medidas são essas.

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