quinta-feira, 2 de abril de 2015

PMs acusados de matar Haíssa em Nilópolis, RJ, ganham liberdade


Crime ocorreu em agosto de 2014 e policiais foram presos em janeiro.
Ambos respondem processo por homicídio duplamente qualificado.

Do G1 Rio
A Justiça do Rio de Janeiro concedeu liberdade aos policiais militares Marcio José Watterlor Alves e Delviro Anderson Moreira Ferreira, presos preventivamente em janeiro pelo assassinato da jovem Haíssa Vargas Motta, em agosto de 2014, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ambos tiveram concedido habeas corpus, cuja decisão foi unânime entre os desembargadores da 4ª Câmara Criminal.

Os dois PMs foram denunciados pelo Ministério Público pelo crime de homicídio duplamente qualificado – motivo fútil e recurso que dificulta ou impossibilita a defesa da vítima. Ao determinar a prisão em janeiro, o juiz Glauber Bittencourt argumentou que o objetivo era preservar a segurança de testemunhas do processo.
Haíssa foi morta durante uma abordagem policial em Nilópolis, na Baixada Fluminense, quando voltava de uma festa com amigos. Um vídeo divulgado pela revista "Veja" mostrou a ação que terminou com o homicídio.
Haissa Motta foi morta por policiais em Nilópolis (Foto: Reprodução/TV Globo)Haissa Motta foi morta em outubro
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Na gravação, os dois policiais em uma viatura mandaram um carro onde estavam um rapaz e três amigas parar. O veículo não parou e o PM Márcio José Watterlor posicionou o fuzil para fora do carro e efetuou cerca de 10 tiros na direção do veículo. A jovem foi atingida nas costas.
Quando o veículo para, os policiais descem e uma das jovens implora: “Ajuda ela aqui. Pelo amor de Deus. Ajuda ela aqui, moço”, suplica uma delas. As amigas, que não foram feridas, entram no carro dos policiais e seguem o carro onde está a jovem ferida até o hospital, onde Haíssa morreu.
No caminho, os policiais conversam com as amigas e um deles questiona o motivo de o grupo não ter parado. “Não, não justifica, tá. Não justifica ter dado o tiro, tá bom?”, alega o PM. Ao ligar o rádio para comunicar o que ocorreu, um dos policiais diz: “Não sei nem o que eu falo aí”.
Ao relatar o que ocorreu, o policial ainda admite: “Dá um auxílio aqui também que a gente tá meio barata voa”. O relógio da câmera da viatura policial mostra que eram quase 6h do dia 2 de agosto do ano passado.

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