quinta-feira, 16 de abril de 2015

Armas de PMs vão passar por perícia após morte de marceneiro no RJ


Júnior tinha saído de casa para ir ao supermercado quando foi atingido.
Outros dois homens foram baleados durante confronto da Favela da Linha.

Do G1 Rio
As armas dos policiais militares que participaram na quarta-feira (15) de uma operação na Favela da Linha, em São Gonçalo, na Região Metropolitano do Rio, onde um marceneiro morreu e outras duas pessoas ficaram baleadas, foram apreendidas e vão ser periciadas. Como mostrou o RJTV desta quinta (16), a mulher da vítima está inconformada.

Luiz Carlos de Mendonça Júnior foi baleado no peito e morreu durante a operação contra o tráfico de drogas. Ele trabalhava como marceneiro e, segundo a família, tinha saído de casa para ir ao supermercado. Júnior era casado e tinha uma filha de 10 anos.
“Ele era um garoto trabalhador desde pequeno. Da casa pro trabalho, do trabalho pra casa. Sempre foi estudioso. Era um rapaz que nunca teve problema com a família, nunca teve problema com nada”, disse o padrasto, Celso Martins.
Os policiais que participaram da ação contaram que foram recebidos a tiros pelos criminosos da região.
“A Polícia Militar não afirma que estava com ele [Júnior], mas próximo, já que ele estava próximo ao local conhecido pelo intenso comércio de drogas. Próximo a ele estavam duas armas e mais um revólver calibre 38”, disse o tenente Leandro Coutinho.
“Eu vi o corpo do meu primo estirado no chão como se fosse um lixo, completamente coberto de sangue. Foi deixado ao lado do corpo dele uma arma, que eu não sei se vai ser usada para incriminar ele e uma bolsa com carregamento de droga”, disse um primo, que não quis se identificar.
Outros dois homens foram baleados durante o confronto. Jorge Araújo do Espírito Santo, de 25 anos, morreu e Eudes Mendes de Lira, de 32 anos, ficou ferido no pescoço e foi levado para o hospital. Os policias apreenderam um revólver, duas pistolas, munições e drogas.
“Quando a gente deu a ordem de agir, ficaram só aqueles elementos que estavam participando do tráfico de drogas. Tanto é, que dos três baleados nós apreendemos as três armas, tinha até material entorpecente. Nós ouvimos a conversa deles”, disse o comandante do batalhão de São Gonçalo.
A operação na Favela da Linha aconteceu três horas depois de uma troca de tiros em Tribobó, pouco menos de cinco quilômetros de distância. O policial do batalhão de São Gonçalo, Mike Cruz, também foi baleado e morreu. Ele era casado e tinha uma filha de 3 anos. Os agentes afirmam que a mesma facção criminosa controlam a venda de drogas nas duas regiões.
O delegado da 74º DP (Alcântara), que começou a investigar o caso, informou que as armas dos policiais que participaram da operação na Favela da Linha foram apreendidas e vão ser periciadas. A morte de Luiz Carlos passou a ser investigada pela Divisão de Homicídios de Niterói.

Na manhã desta quinta a mulher de Luiz Carlos e o dono da empresa onde ele trabalhava estiveram na delegacia. “Ele era extremamente assíduo. No carnaval, deixou de ter as férias para ajudar a gente a fazer um serviço extra. Infelizmente aconteceu essa tragédia, mais uma tragédia do Rio”, disse o empresário, Ocy Teixeira.
“Você imagina você ver seu marido morto no chão e isso passa a ser só mais uma estatística. É muito difícil, é muito duro”, disse a mulher do marceneiro, Daniele Medeiros.
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