domingo, 1 de março de 2015

Exame identifica corpo da 8ª vítima de explosão em navio no ES


Corpo é do mecânico Jorge Luiz dos Reis Monteiro, de 49 anos.
Técnico de segurança do trabalho é a única vitima que está desaparecida.

Juirana NobresDo G1 ES, com informações da CBN Vitória *
Exame identifica corpo da 8ª vítima de explosão em navio no Espírito Santo (Foto: Arquivo Pessoal)Exame identifica corpo da 8ª vítima de explosão
em navio no Espírito Santo (Foto: Arquivo Pessoal)
Foi identificada a oitava vítima da explosão no navio-plataforma Cidade de São Mateus por exames de necropapiloscopia. O corpo chegou ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória na madrugada de sábado (28) e foi identificado como sendo do mecânico Jorge Luiz dos Reis Monteiro, 49 anos. O técnico de segurança do trabalho, Tiarles Correia dos Santos, 25 anos, é a única vitima que está desaparecida após o acidente.
O navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus é operado pela BW Offshore e afretado pela Petrobras. O acidente no navio-plataforma aconteceu no dia no dia 11 de fevereiro, na região Norte do Espírito Santo. Segundo a ANP, 74 pessoas estavam embarcadas, 26 ficaram feridas e duas continuam hospitalizadas. As buscas à nona e última vítima do acidente continuam.
Jorge Luiz era funcionário da BW Offshore há quase dois anos. De acordo com familiares, trabalhava em plataformas de petróleo há mais de 25 anos. Ele deixa esposa e quatro filhos. Uma de suas filhas está grávida de dois meses, mas Jorge morreu sem saber que seria avô.
Após a liberação, o corpo seguirá para o Rio de Janeiro, onde Jorge morava com a família.
Sétima vítima identificada (Foto: Reprodução/ Facebook)Sétima vítima identificada
(Foto: Reprodução/ Facebook)
Sétima vítima
Nesta sexta-feira (27), foi identificado o corpo do funcionário João Victor de Souza, de 22 anos.
O corpo foi encontrado na quarta-feira (25) e identificado por meio das impressões digitais. João era do Rio de Janeiro e foi sepultado neste domingo (1)
De acordo com a Sesp, a família ajudou na identificação. Um casal esteve presente no DML, mas não quis falar sobre o assunto.
Empresa
A BW Offshore informou que o ibjetivo principal da empresa continua sendo localizar o último funcionário que permanece desaparecido. A empresa ressaltou que todo trabalho que envolve a busca dos desaparecidos na plataforma é meticuloso, e realizado dentro de estritas normas de segurança.
A empresa disse que continua a oferecer suporte aos familiares das vítimas do acidente. Além do acompanhamento psicológico e da atenção constante a cada uma das famílias, são realizadas duas reuniões diárias entre representantes da empresa e os familiares para mantê-los atualizados e responder aos questionamentos que eles possam ter.
Tiarles Correia dos Santos trabalhava há quatro anos embarcado (Foto: Reprodução / Inter TV)Tiarles Correia é o único que segue desaparecido
(Foto: Reprodução / Inter TV)
Identificados
Os corpos das oito vítimas da explosão já foram identificados. São eles: Wesley de Oliveira Bianquini, 36 anos; Heleno da Silva Castelo, 31 anos; Luiz Cláudio Nogueira da Silva, 43 anos; Raimundo Nonato da Silva; Edward Fernandes, 58 anos; Alexsandro de Sousa Ribeiro, 40 anos; João Victor Souza Rodrigues, 22 anos; e Jorge Luiz dos Reis Monteiro, 49 anos.
Tiarles Correia dos Santos, 25 anos, é a única vitima que está desaparecida .
Manifestações 
Em dois dias, familiares e amigos dos desaparecidos protestaram por informações sobre as das vítimas. O primeiro ato aconteceu nesta quarta-feira (25), em frente ao hotel Bristol, na orla de Camburi, em Vitória, onde estão hospedados. E o segundo, nesta quinta-feira, em frente à Petrobras, também na capital do estado. Os parentes abordavam os motoristas e explicavam o motivo do protesto, pedindo que eles fizessem um buzinaço em apoio aos manifestantes.
A esposa de desaparecido, Jucimara Santos de Oliveira, disse já ter perdido as esperanças de encontrá-lo com vida. "Vivo a gente já perdeu as esperanças, mas a gente quer pelo menos os corpos. Que eles sejam dignos disso. E a espera está dolorosa, está doendo demais. A gente quer o corpo, para pelo menos enterrar e ter um enterro digno. As coisas estão muito devagar, a gente está de saco cheio. A gente está a ponto de explodir a qualquer momento”, desabafou.
Fiscalização
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) fiscalizou o navio-plataforma. A auditora fiscal do (MTE), Elierci da Cunha Magro, diss que foi elaborada uma lista de exigências para que, após os reparos e o término das operações de resgate, a embarcação volte a operar normalmente. A auditora disse que o estrago no interior da embarcação foi grande. A empresa foi notificada e tem 30 dias para apresentar a análise do acidente.
Danos ambientais
O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES), por meio da Procuradoria da República em Linhares, instaurou inquérito civil para apurar possíveis danos ambientais causados pela explosão.
O MPF disse que o procedimento também visa a acompanhar as possíveis medidas a serem adotadas para repor a situação o mais próximo possível do status anterior ao dano, ou a adoção de medidas compensatórias equivalentes.
Irregularidades
Representantes da BW Offshore e da Petrobras se reuniram no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-ES), que acusava a empresa norueguesa de atuar de forma irregular no estado.
No encontro, o presidente da entidade, Helder Carnielli, informou que serão emitidos autos de infração contra a empresa e a PPB do Brasil Serviços Marítimos, que pertence ao grupo. A norueguesa será multada pela falta de registro na entidade. O valor ainda não foi definido. De acordo com as empresas, todas as questões pendentes foram sanadas.
Na imagem é possível observar antes (acima) e depois (abaixo) do navio-plataforma FPSO Cidade São Mateus (Foto: Divulgação BW Offshore/ Divulgação Marinha do Brasil)Na imagem é possível observar antes (acima) e depois (abaixo) do navio-plataforma FPSO Cidade São Mateus (Foto: Divulgação BW Offshore/ Divulgação Marinha do Brasil)
Polícia Federal
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Federal para apurar os fatos que envolvem a explosão. Conforme divulgado pela Polícia Federal, o prazo inicial para a conclusão do inquérito é de 30 dias. Serão investigados os crimes de homicídio ou incêndio qualificado.  A PF também informou que uma equipe fará uma inspeção no navio-plataforma assim que as buscas terminarem e a embarcação for liberada.
* Com colaboração de Patrícia Scalzer, da Rádio CBN Vitória.

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