quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sobrevivente de carro que pegou fogo culpa caminhoneiro, no ES


Acidente aconteceu na Carlos Lindenberg, Vila Velha, em 31 de dezembro.
Pedreiro agradeceu as pessoas que o salvaram e disse que são 'anjos'.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta e da CBN Vitória
Acidente na Lindenberg (Foto: Emanuel Novaes Rios/ Internauta)Acidente na Lindenberg
(Foto: Emanuel Novaes Rios/ Internauta)
“Foram anjos da guarda enviados por Deus”. A frase é do pedreiro Sandoval Marques Júnior, único sobrevivente do acidente que deixou três mortos no dia 31 de dezembro de 2014, na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, noEspírito Santo, sobre as pessoas que o ajudaram a sair do carro em chamas. Para ele, o motorista do caminhão é o responsável pelo acidente. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Delitos de Trânsito, sob responsabilidade do delegado Alberto Roque Peres.
O acidente foi entre um ônibus do Transcol da linha 525, um caminhão carregado com cerveja e um automóvel modelo Gol. O carro em que estavam as vítimas ficou prensado entre os veículos maiores e pegou fogo. Morreram no acidente o motorista do carro, Waldir Stoco, 37 anos, e outro passageiro, Wanderson Herculano Nossa, 29 anos. Jorge de Jesus dos Santos ficou internado na UTI do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Jayme Santos Neves, mas morreu no dia 3 de janeiro.
Caminhão pegou fogo após batida (Foto: Fernanda Pereira/ Internauta)Veículo pegou fogo após batida (Foto: Fernanda Pereira/ Internauta)
Sandoval ficou internado por 11 dias e só voltou para casa neste sábado (10). Com ferimentos ainda aparentes, ele contou que se lembra de estar no carro parado em um semáforo quando sentiu o impacto da batida do caminhão. “Eu lembro que o carro estava parado, estávamos preparados para virar à direita. Só lembro da batida do caminhão, foi um barulhão e o fogo começou a tomar conta do carro e fomos ficando desesperados", contou.
Logo após o acidente, o carro pegou fogo e moradores da região auxiliaram no resgate, enquanto o Corpo de Bombeiros se deslocava para o local. Sandoval ficou preso ao cinto de segurança, sem conseguir sair do veículo. O costureiro Leonis de Aquino foi um dos que ajudou a socorrer as vítimas. “Eu vi o acidente, ia passar direto, mas não teve como. As pessoas gritando, pedindo ajuda, pedindo socorro. Puxei as pessoas até olhando pro lado para não ver aquela imagem, deu muita dó, todos queimados e clamando pela vida, fizemos de tudo“, disse.
Resgatado por Leonis e outros moradores, Sandoval tem a certeza de quem foi a solidariedade e ação rápida dessas pessoas que salvaram a vida dele. “Eles estavam mais aflitos do que nós. Um monte de gente gritando ‘vai explodir’ e eles falando ‘deixa explodir, a gente tem que ajudar’. Eles estiveram aqui ontem e eu agradeci muito. Foi muito emocionante, se não fosse por eles eu teria morrido. Foram meus anjos da guarda enviados por Deus”, disse.
Para Sandoval, o motorista do caminhão é o responsável pelo acidente. “O acidente poderia ter sido evitado. Ou ele estava em alta velocidade, ou ele estava dormindo ao volante”, disse.
Perícia
Uma das versões apresentadas por algumas testemunhas e pelo motorista do caminhão é a de que o Gol já seguia pela Carlos Lindenberg pegando fogo. O incêndio teria começado na caixa de som, que fica na parte traseira do veículo. Assustado com a fumaça, o motorista do carro teria se desesperado e jogado o carro na frente do caminhão. O veículo não conseguiu parar e acabou imprensando o Gol na traseira do ônibus.
Já outros motoristas disseram que o carro não estava pegando fogo e que o incêndio começou após o veículo ter sido atingido pelo caminhão. A versão do caminhoneiro também foi desmentida por Sandoval.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Delitos de Trânsito, sob responsabilidade do delegado Alberto Roque Peres. As testemunhas do fato já foram ouvidas pela Polícia Civil e as imagens de videomonitoramento do local já estão sendo analisadas. O condutor do caminhão foi conduzido para a delegacia, mas como prestou socorro à vítima no local, o Código Brasileiro de Trânsito prevê que ele não pode ser preso em flagrante, sendo então liberado. O delegado aguarda a conclusão dos laudos periciais para concluir o inquérito e só vai se pronunciar ao concluí-lo.

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