quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Nível do Rio Paraíba do Sul sobe 10cm, mas problemas da seca continuam


Produtores rurais enfrentam dificuldade para alimentar o gado de corte e leiteiro
 Carlos Grevi/Arquivo Ururau

Produtores rurais enfrentam dificuldade para alimentar o gado de corte e leiteiro

A estiagem prolongada de 2014 prossegue em 2015, e a situação é de perdas para os produtores rurais de Campos e da região. Na manhã desta quarta-feira (07/01), o Rio Paraíba do Sul apresentou cota de 5 metros, uma leve subida de 10cm em relação ao nível de terça-feira (06/01), que estava em 4,90. Mas o subsecretário de Defesa Civil, major Edison Pessanha, informa que o acréscimo no volume de água verificada em Campos chega pelo Rio Muriaé e não soluciona o déficit hídrico. Ele destaca que a elevação de 10cm é em função das águas nas cabeceiras do Rio Muriaé, na região da Zona da Mata, no estado de Minas Gerais.
Major Pessanha observa ainda, que apesar de o Paraíba do Sul ter subido 10cm em Campos, ainda está bem abaixo de sua cota normal para o período, que é de 5,80 metros com a cota de transbordo, de 10,80m. Segundo ele, não há previsão de chuvas importantes para a região nos próximos sete dias.
“As chuvas que provocaram alagamentos em São Paulo e que entraram no Rio Paraíba do Sul não vão chegar a Campos. Todo o volume de água que entrou no rio vai ser contido pelas autoridades do estado de São Paulo para compensar a situação crítica no sistema Cantareira. Este acréscimo de 10cm que verificamos de ontem para hoje, no Rio Paraíba do Sul, em Campos, é de águas que chegam de Minas Gerais pelo Muriaé. Após subir estes 10cm, o nível está estabilizado e se não voltar a chover em Minas, certamente em seguida, o nível do Paraíba do Sul voltará a recuar”, detalhou.
O secretário de Agricultura, Eduardo Crespo, destaca que, devido à seca, já foram registradas perdas em torno de R$ 128 milhões. “Para evitar maiores perdas, realizamos diversas ações a favor dos pequenos produtores rurais, como a limpeza dos canais primários e secundários (remoção de vegetação e sedimentos), dos bebedouros do gado, além de outras medidas, como logística gratuita para transporte de cana, para alimentar o gado sem pastagens”, pontua.
Ele ressaltou que o atual governo implantou importantes serviços, que reduzem significativamente os custos de produção para os pequenos produtores, como o Programa Patrulha Mecanizada, que custeou 30.710 horas de trator, com atendimento direto a 2.288 produtores que solicitaram os serviços.
O secretário acrescenta que o Programa Patrulha Rural também tem sido muito importante durante esta seca histórica, porque custeou os serviços de escavadeiras hidráulicas por 5.349 horas, para fazer a limpeza (desobstrução de vegetação e sedimentos) em centenas de valas e mais de 100 quilômetros em 36 canais e valas na Baixada Campista e nas demais regiões da extensa área rural de Campos, contribuindo para minimizar os prejuízos provocados pela prolongada seca.
“Para a limpeza de bebedouros, com o objetivo de garantir o mínimo de água para o gado, por causa da escassez, realizamos a limpeza de mais de 1,5 mil bebedouros, com o custeio de 14.586 horas de máquina retroescavadeira. Ao todo, 1.600 produtores foram atendidos neste período de estiagem, que provocou a maior seca dos últimos 40 anos em Campos e região”, enumera o secretário de Agricultura, Eduardo Crespo.
PRODUTORES SEM EXPECTATIVAS 
O presidente do Sindicado dos Produtores Rurais da Baixada Campista e produtor rural, José do Amaral, explicou que a situação é muito ruim para a classe. “Já está faltando água em vários poços, pois o nível do lençol freático continua baixando, e com isso falta água para os animais”, disse.
Outro ponto destacado pelo produtor foi as áreas de pastagem. “Os pastos estão secando e falta alimento, pois não temos mais cana para alimentar o gado, que está sofrendo muito e com isso as pernas são inevitáveis”, relatou Amaral. Segundo ele, a perda na produção leiteira já passou dos 20% e no gado de corte é de 30%.
A Baixada Campista tem cerca de 3 mil produtores rurais dos 5 mil existentes no município entre pequeno, médio e grande produtor.
Publicidade

Fonte: URURAU / ASCOM

Nenhum comentário:

Postar um comentário