Valdiceia França, de 63 anos, estava sem falar com a filha há 11 dias.
Miriam foi presa por suspeita de matar uma turista, em Jericoacoara, dia 25.
“Só quero acordar desse pesadelo, só isso”, afirmou Valdiceia França Trindade, de 63 anos, após falar com a filha pela primeira vez na manhã desta quinta-feira (8) desde que Miriam França, 31 anos, foi presa no Ceará por suspeita de matar a turista italiana Gaia Barbara Molinari, em Jericoacoara, no último dia 25.
Segundo Valdiceia a conversa das suas se restringiu a saber como ambas estavam. “Estou sem comer direito e sem dormir, mas passei para ela que estou bem. Não sei de onde consegui forças. Todo mundo que fala comigo eu choro. Mas consegui pegar o telefone e não chorar porque senão ela ia desabar. A única preocupação dela é saber como eu tô aqui fora. Disse que estava bem e que era para ela não se preocupar", afirmou a mãe, ressaltando que não falou sobre a morte da turista com a filha ao telefone.
Segundo Valdiceia a conversa das suas se restringiu a saber como ambas estavam. “Estou sem comer direito e sem dormir, mas passei para ela que estou bem. Não sei de onde consegui forças. Todo mundo que fala comigo eu choro. Mas consegui pegar o telefone e não chorar porque senão ela ia desabar. A única preocupação dela é saber como eu tô aqui fora. Disse que estava bem e que era para ela não se preocupar", afirmou a mãe, ressaltando que não falou sobre a morte da turista com a filha ao telefone.
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A conversa entre mãe e filha foi intermediada pelo vereador João Alfredo (PSOL). Segundo o advogado Humberto Adami, a mãe falou em particular com a filha para não prejudicá-la. "O fato de ter um momento público ou uma entrevista estando presa poderia ser usado contra ela depois. Então, ela falou só com a dona Valdiceia", explicou o advogado.
Miriam foi presa preventivamente pela polícia civil cearense no dia 29 de dezembro por suspeita de homicídio. Ela acompanhava a italiana na viagem à Praia de Jericoacoara. Antes ouvida como testemunha, a carioca passou a ser suspeita do crime.
Sobre a situação que está vivendo na cadeia, Miriam não conversou com a mãe por telefone. "Eu não sei qual é o tratamento que ela está recebendo. Não conversei com ela sobre isso. Ela não vai falar isso para mim estando lá dentro. Mas como é que a polícia trata um negro aqui?", questionou Valdiceia.
De acordo com o advogado de Valdiceia, Miriam está sendo assistida até o momento pela Defensoria Pública do Estado do Ceará, que aguarda a apreciação de um habeas corpus. Apenas depois de saber se a Justiça cearense vai acatar ou não o habeas corpus, Humberto poderá ou não tentar entrar com um habeas corpus através de uma procuração dada pela mãe da suspeita.
"Vinte e seis entidades de mulheres negras do país inteiro vão, quando a gente entrar no habeas corpus através da mãe da a Miriam, se acoplar como assistentes no processo. A Míriam está presa desde o dia 29 por contradição e mentira. Ninguém pode ser preso por contradição e mentira. Isso tudo foi reiterado pela Defensoria pública do Estado do Ceará", afirmou o advogado.
Mãe iria viajar com a filha mas desistiu
Segundo Valdiceia, ela viajaria de avião pela primeira vez com a filha mas, em cima da hora, desistiu da viagem por não estar se sentindo bem. Aos 63 anos, a moradora de Austin, na Baixada Fluminense, se sentiu indisposta com o calor do verão e desistiu.
Segundo Valdiceia, ela viajaria de avião pela primeira vez com a filha mas, em cima da hora, desistiu da viagem por não estar se sentindo bem. Aos 63 anos, a moradora de Austin, na Baixada Fluminense, se sentiu indisposta com o calor do verão e desistiu.
Segundo Valdiceia, por conta da desistência, Miriam colocou a vaga do quarto duplo que tinha alugado à disposição na internet. "Só quero ver minha filha", disse, emocionada. "Ela ia me levar para andar de avião pela primeira vez. É uma menina inteligente, esforçada", concluiu.
Suspeito detido e liberado
A Polícia Civil do Estado do Ceará chegou deter no fim da tarde de sexta-feira (26) um suspeito de matar a turista italiana. No entanto, ele foi liberado após ser ouvido e passar por exames, por não existir indícios suficientes para a prisão em flagrante.
A Polícia Civil do Estado do Ceará chegou deter no fim da tarde de sexta-feira (26) um suspeito de matar a turista italiana. No entanto, ele foi liberado após ser ouvido e passar por exames, por não existir indícios suficientes para a prisão em flagrante.
Laudo sobre a morte
De acordo com o laudo da Polícia Civil, a turista italiana foi morta por estrangulamento. Gaia sofreu vários golpes com objetos contundentes no corpo e no rosto antes de ser asfixiada. O corpo foi encontrado próximo à Pedra Furada, ponto turístico da praia cearense.
Antes de ir para Jericoacoara, a italiana estava hospedada em um albergue, em Fortaleza, desde o dia 16 de dezembro. No albergue, Gaia conheceu a carioca que a convidou para ir a praia. De acordo com funcionários do albergue, ela deixou alguns objetos pessoais no local, como um computador e o passaporte.
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