quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

'Limite operacional' dificulta combate a assaltos, diz comandante da PM-RJ


Coronel admite que a corporação não tem efetivo suficiente.
Mais cedo, PM anunciou reforço no policiamento nas praias.

Marcelo Elizardo e Henrique CoelhoDo G1 Rio
Em domingo de sol e praias lotadas, banhistas em Ipanema sofrem tentativa de arrastão na altura do posto 8, na Zona Sul do Rio de Janeiro (Foto: Guilherme Leporace/Agência O Globo)Em domingo de sol e praias lotadas, banhistas em Ipanema sofrem tentativa de arrastão na altura do posto 8, na Zona Sul do Rio de Janeiro (Foto: Guilherme Leporace/Agência O Globo)
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Pinheiro Neto, afirmou, nesta quinta-feira (15), que a corporação tem um "limite operacional" para coibir assaltos na orla do Rio. Desde o início do verão, a prática se repetiu em dias de praias lotadas. Mais cedo, a PM já havia anunciado um reforço no policiamento da orla.
Segundo Pinheiro Neto, o efetivo da polícia não consegue acompanhar o aumento no número de banhistas.
"Temos percebido um aumento grande de pessoas frequentando praias. Nós temos um limite operacional. Vamos pegar nossos recursos materiais e material humano para que possamos dar tranquilidade à população. O volume de pessoas cresce demais", disse o comandante-geral.

Sequência de arrastões
Após os roubos e confusões registrados neste domingo (11) em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, em praias da região e no Centro, a Polícia Militar informou ao G1 nesta quinta-feira (15) que vai reforçar as operações de abordagens em coletivos, com direito a revista de passageiros, e acrescentar 30 policiais para o patrulhamento da praia do Arpoador, atuando especificamente na areia, para evitar os roubos e furtos já a partir deste sábado (17).
A determinação sobre intensificação das operações de abordagens em coletivos partiu do coronel Luiz Henrique Marinho Pires, do 1° Comando de Policiamento de Área (CPA). As principais linhas de atuação da operação são as passam pela orla e proximidades. Apesar da corporação negar arrastões nas praias, banhistas relataram que houve tentativas nos postos 8 e 9 da praia de Ipanema, além do Arpoador.
Mais 30 policiais do Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos (BPGE) vão reforçar o policiamento no Arpoador também a pedido do 1º CPA. Com isso, chega a 740 o número de policiais envolvidos na Operação Verão nas praias do Rio, na Zona Sul e também na Zona Oeste.

O efetivo já é 13% maior do que o divulgado em setembro de 2014, quando começou a operação, com 650 homens, e conta com o reforço dos batalhões de Botafogo, Copacabana, Leblon, Ipanema e Recreio, além do Batalhão de Choque (BPChoque), do Batalhão de Ações com Cães (BAC). Recrutas do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap) também estão no efetivo. A operação Verão continua até o fim do verão, em março.
Centro e Laranjeiras
No último domingo (11), um grupo tentou roubar famílias na saída do Teatro Municipal, na Cinelândia, no Centro do Rio. Sobre o policiamento na área, a PM afirma que o 5º Batalhão recebeu reforço de 93 homens em novembro para atuação na área. Segundo o comando da unidade, em dezembro foram 86 maiores foram detidos e 15 menores foram apreendidos no Centro do Rio.
 
Ainda no domingo, moradores de Laranjeiras se assustaram com um arrastão. De acordo com a Polícia Militar, passava das 17h30 quando a corporação foi acionada por causa de um suposto arrastão na Rua das Laranjeiras. Equipes policiais fizeram cerco na região e detiveram suspeitos de participar da confusão. Testemunhas disseram que cerca de 20 jovens participaram do ocorrido. No mesmo dia, um ônibus com adolescentes que faziam arruaça e depredavam o coletivo foi abordado na região (veja o vídeo).
De acordo com o comandante do 2° BPM (Botafogo), coronel Gilberto Tenreiro, seriam moradores da favela do Cerro-Corá, no Cosme Velho, que promoveram o tumulto pelas ruas da região. O comandante confirmou que parte do grupo cometeu pequenos roubos durante a confusão.
Ao menos sete suspeitos foram detidos e encaminhados para a 10ª DP (Botafogo). Vítimas de roubo também foram para a unidade policial registrar queixa e prestar depoimento.

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