sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Transferência de suposto serial killer tem confusão e gritos de 'assassino'


Sailson José das Graças diz ter matado 43 pessoas na Baixada em 9 anos.
Jovem fará exames no IML e depois seguirá para a Polinter, diz polícia.

Cristina BoeckelDo G1 Rio
Sailson deixa a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense em direção à Polinter (Foto: Cristina Boeckel / G1)Sailson deixa a Delegacia de Homicídios (Foto: Cristina Boeckel / G1)
A transferência de Sailson José das Graças, o suposto serial killer de Nova Iguaçu, da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense para a Polinter, na Cidade da Polícia, teve tumulto e muita revolta de populares. Aos gritos de "assassino", cerca de 50 pessoas chegaram a parar o carro da polícia que o levou para o Instituto Médico-Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito antes de seguir para a prisão.
Neste sábado, Sailson deve ser levado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste. A companheira dele, Cleusa Balbina de Paula, também foi transferida nesta sexta.
Populares xingam Sailson na saída da DH, na Baixada Fluminense  (Foto: Káthia Mello/G1)Mulher xingou Sailson (Foto: Cristina Boeckel / G1)
De acordo com o delegado adjunto da DH, Marcelo Machado, nenhuma das três famílias que procuraram a delegacia acreditando que Saílson possa ter matado seus familiares teve a autoria confirmada por incompatibilidades nos crimes cometidos e por desencontro de datas.
Sailson, de 26 anos, foi preso em flagrante na manhã da quinta-feira (11) em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, após matar uma mulher a facadas. Ao prestar depoimento na DH da Baixada, ele confessou o assassinato de 43 pessoas nos últimos nove anos, sendo 38 mulheres, três homens e uma criança.
Cleusa (Foto: Cristina Boeckel/G1)Cleusa também foi transferida
(Foto: Cristina Boeckel/G1)
Com frieza, contou como planejava os crimes e disse à polícia que quatro pessoas foram assassinadas a pedido da companheira dele, Cleusa - ela, em troca, lhe dava casa e comida.
“Ela bancava, me bancava. Em troca disso era água, comida, teto, roupa nova, dinheiro para eu comprar as necessidades”, disse Sailson.
Cleusa e o ex-marido dela José Messias, que teria planejado pelo menos uma das mortes, também foram presos, mas negaram as acusações. Segundo os agentes, os três moravam na mesma casa. Sailson disse aos investigadores que Cleusa sabia dos crimes.
“Eu falava com ela: 'Ah, hoje é dia de minha caçada' e saía. 'Hoje é dia de eu fazer o meu trabalho.' Ela já sabia o que era e eu saía”, contou Sailson.
Nesta sexta-feira, vizinhos de Sailson se mostraram chocados com as revelações sobre os crimes que ele teria cometido. Para os moradores do bairro Corumbá, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Sailson era um homem tranquilo. Ele mantinha um perfil em uma rede social no qual mostrava sempre um sorriso no rosto. De família religiosa e pai de um menino de oito anos, era aparentemente alguém acima de qualquer suspeita.
De acordo com o sobrinho de Fátima Miranda, vizinha e uma das vítimas de Sailson, assim que os moradores do bairro Corumbá souberam das mortes cometidas, quiseram linchar o trio (Sailson, Cleuza e o ex-marido dela).
"Para mim a cadeia é pouco. É um alívio saber que ele está preso, mas não é tudo. Ele matou uma pessoa que gostava de viver. Na vizinhança ficou todo mundo revoltado", afirmou Cristiano Moraes dos Santos, 30 anos, lembrando que Cleuza era amiga de sua tia.
Ainda segundo o rapaz, o trio era conhecido na vizinhança por levar as pessoas para o bar, embebedar e depois roubar. "Ela levava para o bar e ele vinha depois para roubar", afirmou Cristiano, lembrando que na noite em que sua tia foi morta eles entraram na casa com a desculpa que precisavam guardar a bicicleta.
Segundo o delegado titular da DH, Pedro Henrique Medina, é importante que parentes de desaparecidos e de pessoas estranguladas compareçam para prestar depoimento.
"Estamos tentando fazer uma conexão dos fatos", afirmou o delegado .
Sobre o fato do suposto serial killer ter cometido tantos crimes ao longo de nove anos sem nunca ter sido preso por isso, o delegado afirma que o espaço de tempo é muito grande e que em nenhum momento a polícia estabeleceu qualquer conexão entre os crimes.
"Ele observava, tentava estabelecer locais ermos, prestava atenção nas câmeras para burlar essa vigilância e não ser pego", afirmou Medina.
 Agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense tentavam identificar novas vítimas de Sailson.
Sailson afirma não se arrepender dos crimes (Foto: Reprodução / TV Globo)Sailson afirma não se arrepender dos crimes (Foto: Reprodução / TV Globo)

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