sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Grupo que expandia tráfico do Rio para a Serra era chefiado de presídio


Operação Mandrake prendeu 45 pessoas em sete meses de investigações.
Ação teve policial infiltrado que recebeu R$ 16 mil durante este o período.

Mariucha MachadoDo G1 Rio
A Operação Madrake, realizada no início da manhã desta sexta-feira (19) em comunidades do Rio e em Teresópolis, desarticulou uma quadrilha que enviava drogas e armas da capital para a Região Serrana. Segundo o promotor Fábio Miguel de Oliveira, os líderes do Morro da Providência e do tráfico de Teresópolis comandavam o grupo de dentro do presídio, Bangu 3. 
Até o início da tarde, 20 pessoas tinham sido presos e um suspeito morto.
A operação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e da Coordenadoria de Inteligência da PMERJ, com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ (CSI/MPRJ) e da Polícia Civil.
“O líder do tráfico de Teresópolis está preso junto com o líder da Providência. Eles se juntaram e construíram essa rede. A intenção era expandir o tráfico para a Serra, principalmente Teresópolis”, afirmou o promotor.
“Os nossos telefones não funcionam, mas os presos mesmo com os bloqueios [nos presídios] eles continuam ordenando através de advogados, familiares e até da própria telefonia. Eles continuam tocando essa questão da venda de drogas”, afirmou tenente-coronel Antônio  Jorge Goullart, coordenador da Inteligência da PM.
As investigações da quadrilha começaram há sete meses, quando os policiais do Batalhão de Teresópolis começaram a detectar a presença de criminosos da capital na região. Durante este período, policiais foram infiltrados para ajudar no trabalho para desarticular o grupo.
Quadrilha desarticulada
Segundo o tenente-coronel Antônio Goullart, coordenador de inteligência da PM, a intenção do grupo era claramente expandir os negócios.
“A operação deixa bem clara a tentativa do tráfico de ampliar a rede de venda. Essa operação também mostra que as UPPs representam um grande avanço, nós conseguimos aumentar o terreno fora do domínio deles, mas elas ainda continuam ‘vendendo’ drogas. A gente durante esse tempo controlou as ações [do grupo] e o trabalho foi corado com a desestruturação desta quadrilha, enfraquecemos esse grupo. A quadrilha sofreu um grande baque, eles vão ter que se reestruturar”, afirmou Goullart.
Ainda de acordo com coordenador da inteligência da PM, 45 pessoas foram presas e quatro menores apreendidos durante as investigações, sendo que 20 delas foram detidas nesta sexta-feira. Um criminoso que tentava fugir da polícia caiu do telhado e morreu durante a ação.
O promotor Fábio Miguel de Oliveira afirmou que na medida que as prisões eram feitas, a forma de operar do grupo foi sendo modificada.
“Eles levavam drogas no bagageiro de ônibus, escondida dentro dos carros, montaram kit gás para levar droga pra Teresópolis, pasta base dentro das partes intimas das mulheres. Depois montaram em Teresópolis uma pequena refinaria. Eles remetiam armas também para a região pra enfrentar a PM. O caráter violento da área poderia aumentado lá caso essa operação não tivesse sido feita”, disse o promotor.
Trezentos e cinquenta homens e cem viaturas participaram da operação desta sexta-feira. Foram apreendidos 16 quilos de cocaína, quatro quilos de maconha, três armas (um fuzil, uma pistola e um revolver), 104 munições, R$ 16 mil foram apreendidos durante o trabalho de infiltração, que foram depositados em juízo, R$ 1516 reais durante as diligencias, três carros e 17 motos. A operação Mandrake apreendeu mais droga do que a delegacia e o batalhão ao longo do ano todo, afirmou o promotor.

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