sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Capoeirista espancado por mais de 10 segue em coma no São José do Avaí


Vítima teve traumatismo craniano e está em coma induzido
 Reprodução do G1 Norte Fluminense

Vítima teve traumatismo craniano e está em coma induzido

Um instrutor de capoeira está internado em estado grave após tentar ajudar o irmão e ter sido agredido por mais de dez homens na saída de uma boate em Itaperuna, no Noroeste do Rio de Janeiro. Marcos Hiroyuki Iwata, 34 anos, teve traumatismo craniano e está internado no Hospital São José do Avaí, em Itaperuna, em coma induzido. Segundo a família, ele teve uma isquemia que afetou 35% do cérebro. A agressão ocorreu na madrugada de sábado (29/11).
Segundo Leandro Hideaki Iwata, irmão da vítima, houve um princípio de confusão na entrada da boate, mas eles foram cercados na saída.
“O homem tentou brigar comigo quando estávamos entrando na boate, mas meu irmão separou. Quando estávamos saindo, este homem me agrediu por trás e eu logo desmaiei. Depois disso, meu irmão veio me acudir e uns 10 homens foram pra cima dele, enquanto eu estava desmaiado mais a frente”, contou Leandro.
Ainda segundo o irmão, mesmo caído no chão, a vítima continuou apanhando e um homem armado evitou que outros ajudassem.
“Deram uma voadora nele e ele caiu em uma escada. Continuaram com os chutes enquanto ele estava caído no chão. Algumas pessoas tentaram ajudar, mas tinha um homem armado no grupo que não deixava ninguém se aproximar. Eles ficaram muito tempo batendo no meu irmão e só pararam quando cansaram. Isso foi o que me contaram no local, porque eu estava desmaiado”, lembrou.
Após os agressores saírem do local, os dois irmãos conseguiram se levantar e foram ajudados por outras pessoas que chamaram o socorro médico. Hiroyuki foi socorrido consciente e ainda posou sorrindo para uma foto. “Ele me disse que estava bem e que era pra eu tranquilizar a nossa mãe”, afirmou Leonardo, que também está ferido.
Após receber os primeiros atendimentos na UPA de Itaperuna, o instrutor de capoeira começou a perder os movimentos do lado direito do corpo e a ter dificuldades na fala, além de não responder mais aos estímulos. Foi então que um exame médico constatou que ele teve uma isquemia cerebral que prejudicou 35% do cérebro dele, segundo o familiar.
A vítima passou por uma cirurgia no Hospital São José do Avaí, onde está internado, e reagiu bem. Depois disso, na última quarta-feira (03/12) Hiroyuki teve uma piora e precisou ser colocado em coma induzido. Nesta quinta (04/12), o hospital informou que o instrutor teve traumatismo craniano e o estado de saúde dele é grave.
TRABALHO VOLUNTÁRIO
O instrutor de capoeira faz trabalho voluntário em Porciúncula, uma pequena cidade ao lado de Itaperuna, há mais de 10 anos. Ele e a família eram de São Paulo. Hiroyuki tem uma filha de 11 anos e trabalha com cerca de 40 crianças. Algumas o chamam carinhosamente de Pai Hirô. O irmão de Hiroyuki o define como uma pessoa sempre feliz e um exemplo para os alunos.
“No dia da agressão eu estava meio triste e ele ficou o tempo todo brincando comigo para me animar. Estava sempre feliz”, contou Leonardo.
PEDIDO DE PAZ
Moradores da pequena cidade de Porciúncula, que tem cerca de 17 mil habitantes, estão preparando uma manifestação por um pedido de paz e justiça. O ato está marcado para acontecer na Praça Santo Antônio, no Centro da cidade, neste sábado (06/12), às 10h.
BOATE SE POSICIONA E POLÍCIA CIVIL OUVE TESTEMUNHAS
A boate, que fica no bairro Cidade Nova em Itaperuna, divulgou um comunicado onde afirma que a briga ocorrida no dia da inauguração aconteceu fora do estabelecimento, no horário que o evento já havia terminado. A nota diz também que o estacionamento, onde houve a agressão, não pertence as dependências da boate. Todas as imagens das câmeras de segurança da parte externa da casa foram entregues à Polícia Civil.
Em nota, a assessoria da Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento na 143ª Delegacia de Polícia de Itaperuna. Imagens das câmeras estão sendo analisadas e a delegacia aguarda a liberação médica da vítima para que ela possa prestar depoimento. Funcionários da boate estão sendo chamados para depor na unidade.
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Fonte: PRISCILA ALVES - G1 NORTE FLUMINENSE

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