terça-feira, 25 de novembro de 2014

PM da UPP Vila Kennedy morto na Zona Oeste do Rio é enterrado


Ryan Procópio, de 23 anos, foi achado morto em um carro na Av. Brasil.
Coordenador das UPPs diz que há indícios de tentativa de roubo.

Marcelo ElizardoDo G1 Rio
O corpo do policial Ryan Procópio foi enterrado às 16h30 desta terça-feira (25) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele era lotado na UPP Vila Kennedy, em Bangu, e foi achado morto em um carro na Avenida Brasil, na noite de segunda-feira (24).
O comandante-geral da Polícia Militar, Íbis Pereira, acompanhou o enterro, mas preferiu não falar com a imprensa. A cerimônia teve honras militares com tiros de policiais para o chão. O irmão de Ryan, que é PM do Batalhão de Operações Especiais (Bope), também esteve no local. Parentes também preferiram não dar declarações.
O coronel Frederico Caldas, coordenador das UPPs, em nota disse nesta terça que os indícios iniciais apontam para uma possível tentativa de roubo:
“As primeiras evidências apontam para uma suposta tentativa de roubo e que ele teria sido identificado como policial. A princípio não era uma ação voltada para um policial, muito menos de UPP. Claro que é uma situação trágica por se tratar de um policial jovem. Um fato que nos entristece muito principalmente pela violência que foi empregada. Houve toda uma mobilização por parte do batalhão da área, o Bope, a própria UPP da Vila Kennedy no sentido de identificar. Algumas informações iniciais apontam para a Vila Aliança o local para onde ele teria sido levado. Essas informações serão compartilhadas com a Divisão de Homicídios para que a gente possa identificar e prender esses facínoras. Na segunda-feira foi feita uma operação naquela área com bons resultados: 10 presos e armas apreendidas. É uma ação que continua principalmente depois das informações de que o policial teria sido levado para essa comunidade (Vila Aliança). Não há dúvida de que manteremos essas operações até que esses marginais sejam identificados e presos”, diz a nota do comandante.
Ryan Procópio, de 23 anos, estava há menos de um ano na PM (Foto: Reprodução/TV Globo)Ryan Procópio, de 23 anos, estava há menos
de um ano na PM (Foto: Reprodução/TV Globo)
Levantamento
Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estiveram na comunidade Vila Aliança na tarde desta terça-feira (25), após o corpo do PM Ryan Procópio ser encontrado com sinais de tortura em um carro perto da Avenida Brasil, na mesma região. Até as 15h20 não havia informes de prisões ou apreensões.
A PM chegou a informar que o batalhão fazia uma operação na comunidade, mas posteriormente retificou-se, afirmando que os agentes do Bope fizeram um levantamento para o serviço de inteligência da corporação e depois deixaram a região.

A Divisão de Homicídios da Capital já ouviu mais de quatro testemunhas que podem ajudar a esclarecer a morte do soldado e pretende escutar, até o final do dia, outras pessoas, inclusive uma que possivelmente presenciou a abordagem dos criminosos ao PM. "A gente está atrás da testemunha que presenciou essa abordagem. Neste momento, o que posso dizer é que duas pessoas abandonaram o carro da vítima,  no local. Mas isso não quer dizer que sejam apenas duas pessoas, pode ser mais", afirmou o delegado Fábio Cardoso, responsável pelas investigações.
O policial Ryan Procópio é enterrado no Jardim da Saudade (Foto: Marcelo Elizardo/G1)O policial Ryan Procópio é enterrado no Jardim da Saudade (Foto: Marcelo Elizardo/G1)
Outra testemunha que teria falado com Ryan através do rádio no momento da abordagem dos criminosos também já foi identificada pela polícia e será ouvida para saber o que a vítima disse. Segundo o delegado, há informações preliminares de que o PM tenha dito à essa testemunha por qual grupo criminoso estaria sendo abordado. Como o carro foi abordado próximo à Vila Aliança, o envolvimento de criminosos da região está sendo investigado.
"Ele estava num bar com amigos bebendo, então a gente quer ouvir as testemunhas para saber Se ele foi abordado no bar ou não. Tem uma equipe neste momento que já identificou uma testemunha e foi ao encontro dela para trazê-la para cá e estamos colhendo também as  imagens de câmeras do local", explicou o delegado, destacando que não está descartando nenhuma hipótese de investigação e trabalha com a possibilidade de latrocínio, vingança ou execução. 
No entanto, de acordo com o delegado, Ryan tinha menos de um ano na Polícia Militar e, segundo familiares, era um jovem tranquilo e sem inimigos, o que reduz a possibilidade de crime passional.
Sequestro seguido de morte
O soldado estava de folga. A polícia informou que ele foi sequestrado por homens armados no fim da noite desta segunda-feira na Estrada do Taquaral, que fica a pouco mais de três quilômetros do local onde o corpo foi encontrado. Ryan trabalhava na polícia há menos de um ano.
“Todo mundo sempre gostou do Ryan, pessoa alegre, uma pessoa íntegra, sempre alegre. Todas as fotos dele é sempre rindo. Era um policial que não andava armado, não andava com identidade. O pai dele era policial, o irmão dele também policial, ele tinha orgulho. Não é o primeiro policial militar que morre brutalmente assassinado em um dia de folga. O que eu queria é que a sociedade se conscientizasse e visse que o policial também tem família, também tem amigos. O policial trabalha com a finalidade de dar segurança para a população e não é reconhecido”, afirmou uma pessoa que preferiu não se identificar.
O PM assassinado era irmão de um tenente do Batalhão de Operações Especiais. O pai dele também era policial militar, sargento do Bope. Colegas do soldado assassinado e testemunhas do crime prestaram depoimento durante a madrugada na Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

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