segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Família de menor que morreu após atendimento faz ocorrência, no ES


Carlos Henrique,14 anos, morreu após ser atendido e liberado de Upa.
Pais alegam omissão de socorro.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta
Carlos Henrique se queixou de fortes dores no peito (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Carlos Henrique se queixou de fortes dores no
peito (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
A família do adolescente que morreu após ser atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento (Upa), em Serra Sede, e mandado de volta para casa sem ter sido examinado, registrou uma ocorrência no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) deVitória por omissão de socorro. Carlos Henrique, de 14 anos, morreu neste sábado (15), após procurar a unidade de saúde com dores no peito. O laudo que vai apontar a causa da morte do paciente deve ser divulgado em até 30 dias.
Segundo a mãe do rapaz, a auxiliar de serviços gerais Roseni Oliveira, Carlos Henrique foi levado à unidade por volta das 8h30 de sábado (15). Mas, de acordo com Roseni, o filho nem foi examinado. “Levei no Upa, passei naquela classificação e aí a mulher que o atendeu, que eu acho que era uma assistente social, falou que não era urgente. Pedi que fizesse o exame, mas ela deu apenas um encaminhamento para que eu levasse ele no posto de saúde. Simplesmente teve uma conversa e mandou embora”, contou.
Ainda de acordo com a mãe, a atendente alegou que o adolescente poderia estar apenas abalado psicologicamente. “Eu disse que ele andava muito quieto, muito calado, e aí ela falou que ele poderia ter sofrido bullying, que devia ser algo psicológico”, detalhou a mãe de Carlos Henrique
Depois de voltar para casa com o adolescente, a mãe percebeu que o filho continuava se queixando de dor. Mais tarde, por volta das 20h, ela decidiu retornar com o menino para a unidade. “Tentamos levá-lo pela segunda vez, mas ele deu uma parada cardíaca no meio do caminho”, contou a mãe do adolescente.
O corpo do adolescente foi levado para Departamento Médico Legal (DML) para que a causa da morte seja. O laudo deve ser divulgado em até 30 dias.
Outro lado
A secretária de Saúde da Serra em exercício, Eida Maria Gonçalves, disse que pode ter ocorrido um engano na hora de fazer a classificação de risco do paciente.
  
“Quando o paciente chega à unidade, ele passa por uma classificação de risco, que define o grau de urgência do atendimento. Nessa classificação, levando-se em conta o relato da mãe, por algum motivo a enfermeira considerou o caso dele como baixo risco”, explicou.
Adolescente de 14 anos morre após ser atendido e liberado de Upa, no Espírito Santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Adolescente de 14 anos morre após ser atendido
e liberado de Upa (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Segundo Eida, a enfermeira responsável pela classificação de Carlos Henrique e a assistente social que fez o atendimento foram afastadas da função. Sobre a assistente social que liberou o adolescente para voltar para casa, a secretária em exercício disse que ela procedeu corretamente, de acordo com a classificação do paciente. “Quando o caso é classificado como de baixo risco, o paciente é encaminhado para uma assistente social. A função dela é apenas dar encaminhamento para agendamento de consulta em posto de saúde”, disse.

Ainda segundo Eida, uma sindicância foi aberta para apurar o caso. “Vamos apurar tudo isso de acordo com o prontuário. Vamos comunicar o órgão de classe para fazer uma avaliação e saber se houve problema nessa classificação de risco”, informou a secretária de Saúde da Serra em exercício.
O Conselho Regional de Serviço Social, por meio de nota, informou lamenta a morte do adolescente que não obteve atendimento na Upa, em Serra Sede. "Diante desse fato e do possível envolvimento de uma assistente social no caso, o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-17) informa que vai apurar a participação da profissional no ocorrido e tomará as providências cabíveis. Informa também que acompanhará a sindicância que, segundo informações veiculada nos meios de comunicação, será instaurada", diz a nota.

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