quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Seca do Rio Paraíba do Sul afeta economia doméstica em Campos


Comerciantes e consumidores tiveram seus hábitos mudados com a seca do rio
 Carlos Grevi

Comerciantes e consumidores tiveram seus hábitos mudados com a seca do rio

recente seca do Rio Paraíba do Sul devido ao grande período sem chuvas tem afetado a economia doméstica em Campos, gerando aumento de preços, falta de produtos e até queda na qualidade de alguns alimentos.
A equipe do Site Ururau foi até o Mercado Municipal conversar com comerciantes e consumidores sobre como as complicações da seca alteraram sua rotina em relação à venda e consumo dos produtos de origem vegetal e animal.
As bancas de peixes, curiosamente, foram as que menos sofreram com a seca. Segundo os comerciantes do setor, devido a outros problemas com a água do rio em anos anteriores, a maioria dos peixes vendidos no Mercado não vêm do Paraíba do Sul.
Já entre os comerciantes de verduras as reclamações são muitas. O vendedor Carlos Alberto falou sobre a diminuição de alface, brócolis e agrião, e sobre a qualidade inferior dos vegetais que estão chegando. “A verdura precisa de água para ficar boa e bonita para o cliente”, acrescentou Carlos.
O comerciante também ressaltou que apesar de tudo, seus preços continuam os mesmo.“Mesmo com a dificuldade estamos mantendo os preços”, disse o verdureiro.
Uma reclamação comum foi acerca do tomate, a fruta está ficando cada vez mais rara, e em decorrência disso seu preço sobe, algo notado por vários clientes do Mercado.
“Tem até gente comprando água para molhar a lavoura de tomate”, explicou Antônio Abreu, dono de uma banca de frutas e legumes.
A banana, uma das frutas mais populares e procuradas entre os consumidores, também sofreu com a falta de chuvas. O comerciante Matheus Gonçalves contou que a fruta sofreu um aumento no preço e que a quantidade está diminuindo. “As bananas estão muito feias, mas se Deus quiser o tempo vai firmar e vai chover”, espera Matheus.
O aumento em alguns preços dói no bolso dos clientes e muda seus hábitos em relação às compras, a profissional do lar Jaira Eduarda, por exemplo, notou um aumento no preço das laranjas nos últimos 15 dias e teve que diminuir a quantidade que costuma comprar.
“Não consigo mais continuar comprando o mesmo de sempre”, disse a consumidora.
Entre os produtos de origem animal, a seca também surtiu efeito negativo, e apenas o comércio de ovos não sofreu alterações. Os alimentos de origem bovina, como carne e queijo passam por um momento delicado.
Muitos animais morreram de sede nos últimos tempos, e mesmo que grande parte dos açougueiros do Mercado compre carne de frigorífico, e não criem animais, eles sentem a mudança no produto.
Para o vendedor de queijo Celso da Silva, o problema já está bem avançado, e a produção do alimento está bem baixa. “Se em alguns dias a chuva não começar corre até o risco de faltar queijo”, acrescentou o comerciante.
Site Ururau entrou em contato com o economista Alcimar das Chagas Ribeiro, que falou sobre o impacto da atual seca do Paraíba na economia.
“A seca afeta a renda do pequeno produtor, gera a redução da oferta, a escassez de produtos e até desemprego”, contou o economista.
Alcimar também explicou que muito dos produtos consumidos na região não são produzidos por aqui, e com a dificuldade gerada pela falta de água, a situação fica ainda mais difícil para o produtor local, e consequentemente para o consumidor, que está pagando mais caro por produtos de qualidade inferior.
“Estamos vislumbrando um quadro negro, pois os gêneros de primeira grandeza, de origem vegetal e animal, são os mais afetados”, concluiu o economista.
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Fonte: URURAU

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