quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Prefeitura no ES paga R$ 9 mi por ônibus, mas alunos viajam em pé


Bancos dos ônibus chegam a comportar 4 crianças em Marataízes.
Denúncia foi feita pelo Sindicato dos Servidores Públicos.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta *
Sindicato de servidores diz que frota pública está sucateada; serviço é feito por empresa privada
A Prefeitura de Marataízes, no Litoral Sul do Espírito Santo, gasta mais de R$ 9 milhões por ano com contratação de serviço privado para o transporte escolar do município, mas estudantes viajam em ônibus superlotados e se queixam de falta segurança. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos, a frota municipal está sucateada no pátio da prefeitura. Por outro lado, a prefeitura informou que desconhece o problema, mas que vai verificar a situação a partir de segunda-feira (13).
Bancos dos ônibus chegam a comportar 4 crianças em Marataízes, espírito santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Bancos dos ônibus chegam a comportar 4 crianças
em Marataízes (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Muitos alunos viajam em pé, espremidos na frente dos ônibus que não são identificados como transporte escolar. Há assentos com até quatro alunos menores, quando deveriam ter apenas dois. O aperto se tornou rotina, relatam estudantes da Escola José Marcelino. “Muitas crianças ficam com a cabeça do lado de fora, muitos ficam em pé. Isso há muito tempo”, disse um estudante, que utiliza o transporte público.
O motorista que dirigia o ônibus superlotado nesta quarta-feira (8), não sabia quantos alunos estava transportando. “Não sei. Está lotado, mas esse é um problema com a prefeitura.  A Sudeste – empresa responsável - tem ônibus de sobra, mas ela bota o que a prefeitura manda”, relatou.
De acordo com a prefeitura, aproximadamente 2,3 mil alunos de Marataízes utilizam o transporte público. O serviço é realizado com três veículos da frota municipal e 13 terceirizados. Mas há 19 coletivos parados no pátio da Secretaria de Obras há mais de um ano. Alguns estão com pneus furados e poltronas rasgadas. Até uma cama desmontada foi encontrada dentro de um dos ônibus parados.
E enquanto coletivos permanecem quebrados no pátio da prefeitura, o valor gasto com o contrato anual de 13 ônibus, pelo órgão municipal, chega a de R$ 9.043.900,00.
O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Rodrigo Cortezine, afirmou que já havia denunciado as irregularidades, mas sem resultado. “Já esgotamos as medidas possíveis para alertar as autoridades, para  intensificar as fiscalizações. Parece que as autoridades estão com olhos fechados. Os ônibus estão sofrendo com a ação do tempo, mas a administração prefere terceirizar e sucatear nosso patrimônio”, diz Cortezine.
Em nota, a Viação Sudeste, contratada para transportar os alunos, afirma que a denúncia de superlotação não condiz com a realidade.
Sobre a falta de identificação de coletivos escolares, a Sudeste diz que atende ao que é exigido por lei, inclusive no que se refere às normas de segurança no transporte de passageiros.
Já o Ministério Público do Espírito Santo informou que não recebeu denúncia sobre as condições do transporte escolar de Marataízes, nem dos ônibus no pátio da prefeitura.
Cama desmontada foi encontrada dentro de um dos ônibus parados no Espírito Santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Cama desmontada foi encontrada dentro de um
dos ônibus parados (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Prefeitura
O Secretário de Transporte da Prefeitura de Marataízes, Roberto Sampaio, diz que os coletivos precisam de reparos, mas alega que a fiscalização é de competência da Secretaria de Educação. “Teve uma licitação, mas a empresa vencedora não cumpriu com a prefeitura. Nós notificamos a empresa e por isso está parado até hoje, esperando os tramites legais para chamar a segundo lugar”, disse Sampaio.
E enquanto esse processo não é realizado, o secretário se comprometeu a disponibilizar mais ônibus para atender aos alunos. Roberto Sampaio afirmou que não tem conhecimento da superlotação. “Até então, isso está sendo uma surpresa pra mim, falar que os ônibus da contratada está apresentado esse problema. Vamos estar olhando o que está acontecendo e tentar tomar uma posição, notificar a empresa ou colocar mais ônibus para atender a demanda. Acredito que até o começo da semana, se tiver esse problema constado mesmo, estaremos resolvendo”, afirmou o secretário.

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