quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Polícia do ES investiga se tiro que matou soldado saiu de arma de PM


Jovem chegou a ser apresentado como assassino confesso. 
Associação de Cabos e Soldados cobra uma explicação.

Thiago Felix e Viviane MachadoDo G1 ES, com informações da TV Gazeta
Depois de apresentar o suposto assassino confesso do soldado Dalcon Feu, a polícia, após duas reconstituições do crime, investiga se o tiro saiu da arma de outro militar. O responsável pela Delegacia de Crimes Contra a Vida de Cariacica, João Paulo Pinto, disse, nesta quarta-feria (8), que o suspeito confessou apenas ter atirado contra a viatura. O titular espera o resultado das perícias e das reconstituições. A Associação de Cabos e Soldados cobra uma explicação.
O caso aconteceu no dia 8 de setembro, na Rua Chico Xavier, no bairro Padre Gabriel, em Cariacica, quando quatro policiais entraram de carro na via para fazer uma patrulha de rotinae viram dois homens armados. De acordo com o BME, os criminosos logo atiraram contra os policiais, que revidaram. Com isso, um dos suspeitos foi baleado. Durante o confronto, o soldado Dayclon Nascimento Feu, que estava no banco de trás do carro da polícia, foi atingido com um tiro na cabeça e morreu no hospital.
A Associação de Cabos e Soldados afirmou ter recebido a informação de que o tiro que matou o soldado Feu pode ter saído da arma de um policial amigo dele, que estava dentro da viatura. Ainda de acordo com a associação, após a primeira reconstituição do crime, um dos policiais que estava no carro com o soldado foi internado no setor de psiquiatria do hospital da Polícia Militar.
"Levantaram a possibilidade de ter havido uma marca de pólvora no local do ferimento, isso só acontece com tiro à queima roupa, então independente de qualquer coisa é importante que a verdade seja esclarecida", disse Flávio Gava, da Associação de Cabos e Soldados.
Controvérsias
Dias após o crime, a Secretaria de Segurança Pública do estado convocou a imprensa  e anunciou a prisão do adolescente de 17 anos. Na ocasião, em 10 de setembro, a polícia garantiu que o adolescente confessou o crime. "Ele confessou o crime, ele confessou que disparou contra a guarnição", disse o delegado Marcelo Cavalcanti, responsável pela delegacia na época.
Depois de anunciar a prisão do adolescente, a polícia fez duas reconstituições do crime. Na última vez que aconteceu a reconstituição, nesta terça-feira (7), o delegado João Paulo Pinto disse que o adolescente não confessou à morte. Questionado, sobre a controvérsia, o titular disse que "o fato de uma pessoa confessar que efetuou os disparos em uma viatura, isso no minímo se configura como uma tentativa de homicídio, independente dele ter acertado ou não".
A polícia investiga a origem dos disparos, mas segundo o delegado ainda não há nenhuma definição. "O laudo cadavérico saiu, mas isoladamente não diz nada, esperamos os outros lados. Ele foi atingido por um único disparo de arma de fogo que atingiu a cabeça. A gente não consegue precisar o calibre que efetuou o disparo. O caso está em sigilo como todo inquérito policial", completou.
Polícia faz reconstituição de morte de soldado do BME no ES (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Polícia faz reconstituição de morte de soldado do BME no ES (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

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