sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Operação em boate do ES termina com 26 pessoas na delegacia


Pessoas armadas e com mandados de prisão estavam no local.
Operação começou na madrugada desta sexta-feira (17)

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta *
Armas foram apreendias durante operação que prendeu diversos foragidos da Justiça, espírito Santo (Foto: Fábio Linhares/TV Gazeta)Armas foram apreendias durante operação que prendeu diversos foragidos da Justiça, espírito Santo (Foto: Fábio Linhares/TV Gazeta)
operação realizada em uma boate em Itaparica, em Vila Velha, região Metropolitana de Vitória, no início desta sexta-feira (17), terminou com nove armas apreendidas e, de acordo com  a polícia, até as 17h, 26 pessoas conduzidas para a delegacia. Segundo a polícia, investigações apontaram que na Boate Top Shows, na orla do município, estariam pessoas com mandados de prisão em aberto e frequentadores armados. Um homem foi baleado durante a operação. Ele foi socorrido e encaminhado para um hospital da região, mas ainda não há informações sobre o estado de saúde dele.
A boate também foi multada pela prefeitura por ter desrespeitado o limite de decibéis permitido para o horário. A ação no local terminou por volta de 9h. O prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda, disse que vai pedir a interdição da boate.
O advogado da Boate Top Shows, Henrique Rosa de Souza Neto, disse ao G1 por telefone que   o estabelecimento apoiou a operação, mas criticou a ação de policiais, que segundo Neto,  invadiram o local e usaram bombas de efeito moral e balas de borracha. “Eles usaram força desproporcional à situação”, afirmou.
Operação da polícia em boate prende foragidos da Justiça, espírito santo (Foto: Fábio Linhares/TV Gazeta)Operação da polícia em boate prende foragidos da
Justiça (Foto: Fábio Linhares/TV Gazeta)
Operação
De acordo com a Guarda Municipal de Vila Velha, a operação foi comandada pelas Delegacias de Crimes Contra a Vida (DCCVs) de Vila Velha e de Cariacica. Uma delegacia móvel e o serviço de inteligência foram montadas no local.
Ainda segundo a Guarda, as investigações começaram quando os policiais souberam que iria acontecer uma festa em que estariam presentes foragidos da Justiça e pessoas armadas. Segundo a polícia, dos 26 detidos, 12 foram por descumprimento de saída temporária, seis por mandado de prisão ou busca e apreensão em aberto, e outros oito em flagrante. Desses oito, dois foram encaminhados para o presídio e os demais liberados. “É bom esclarecer que esse movimento só aconteceu por que tinham várias pessoas lá com mandado de prisão em aberto, pessoas reclusas que saíram do presídio no período de 10 a 17 de outubro, concedido pela Justiça, e que estavam cometendo crimes ali dentro, e também a presença de menores naquele estabelecimento”, explicou o Chefe de Polícia, Joel Lyrio.
A operação começou durante a madrugada e as cerca de 1400 pessoas que estavam na boate tiveram que passar por uma revista antes de saírem da casa. Todo o quarteirão foi fechado por policiais civis e guardas municipais. Carros também foram revistados e armas encontradas dentro dos veículos. Ao todo, nove armas foram apreendidas. Entre elas, sete pistolas, uma delas da polícia de São Paulo. Drogas e munições também foram apreendidas. 
“Algumas armas a gente encontrou dentro da boate, outras, no momento em que a gente chegou foram dispensadas pela parte dos fundos e o restante a gente encontrou dentro dos carros dos frequentadores”, disse o delegado do GOT, Eduardo Khaddour.
 Carros dos frequentadores também estão sendo revistados pelos policiais em boate, no Espírito Santo (Foto: Fábio Linhares/TV Gazeta)Carros dos frequentadores também estão sendo revistados pelos policiais em boate, no Espírito Santo (Foto: Fábio Linhares/TV Gazeta)
Algumas pessoas tentaram fugir da revista. Houve um princípio de confusão e a polícia precisou usar bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Um vendedor de 21 anos foi ferido por um policial. Ele levou dois tiros no braço, foi socorrido e levado para o hospital Antônio Bezerra de Faria. Segundo o delegado de Crimes contra a Vida de Cariacica, João Paulo Pinto, os disparos aconteceram após um homem tentar roubar a arma de um policial. 
“Infelizmente, a gente teve que atuar de uma maneira enérgica no momento em que alguns elementos, por saberem que seriam abordados, tentaram fugir da boate. Para isso, eles tentaram forçar a porta, quando houve a necessidade de se intervir. Durante essa intervenção, um dos elementos que estava no interior da boate, tentou tomar a arma de fogo de um dos policiais, razão pela qual ele efetuou o disparo para proteger a sua vida e o seu equipamento”, disse.
Boate
Outro advogado da boate, Roger Nolasco, afirmou que nenhuma arma apreendida pelos policiais estava dentro do local. De acordo com ele, nenhum frequentador entrou armado no local. “Não houve entrada de armas no local. Essa informação é falsa. Eu estive pessoalmente no local por volta das 6h30 da manhã, conversei pessoalmente com os três delegados que estavam na chefia da operação, e  deles, o  João Paulo, da DHPP de Cariacica, afirmou que nada havia sido encontrado na boate. Ele disse que lá, a única irregularidade constatada seria o volume do som”, disse.
Ainda segundo advogado, também não é verdade a versão da polícia sobre o tiro disparado dentro da boate e que acertou um homem. “Não procede a informação da polícia de que um rapaz teria tentado tomar a arma do policial. Os frequentadores disseram que a polícia já entrou jogando bomba e com metralhadora em punho. Determinaram que os homens ficassem de um lado, as mulheres de outro, sentassem com a mão na cabeça e a partir daí, determinaram que fossem saindo, porque todos foram revistados. Ninguém relatou qualquer tipo de resistência, muito menos tentativa de tomar a arma”.
Ainda de acordo com Nolasco, as imagens das câmeras de videomonitoramento do local já estão sendo providenciadas para confrontar a versão da polícia.
Por meio de nota, a corregedoria da Polícia Civil informou que aguarda a formalização da denúncia por parte do proprietário do estabelecimento para a apuração dos fatos.
Interdição
O prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda, disse que vai pedir a interdição da boate. “Nós vamos esperar a comunicação oficial da Polícia Civil e vamos pedir a interdição judicial daquele estabelecimento. Por enquanto, ela está fechada administrativamente”, disse.
* Com colaboração de Fábio Linhares, da TV Gazeta

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