segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Boate divulga vídeo de ação policial em baile funk com 26 presos no ES


Segundo advogado da boate, imagens comprovam 'exagero' de policiais.
Além dos detidos, nove armas foram apreendidas dentro do estabelecimento.

Naiara Arpini e Roger SantanaDo G1 ES, com informações da TV Gazeta
O advogado da boate Top Show, localizada em Vila Velha, na Grande Vitória, divulgou, nesta segunda-feira (20), imagens das câmeras internas da boate da madrugada de sexta-feira (17), dia em que o estabelecimento foi alvo de uma operação da polícia. Na ocasião, nove armas foram apreendidas - uma delas, segundo a polícia, dentro da boate - e 26 pessoas conduzidas para a delegacia. Segundo o advogado, as imagens mostram que não houve reação por parte dos frequentadores que justificasse a ação da polícia, que jogou bomba de efeito moral no local. Em nota, a Polícia Civil informou que “se existe algum questionamento da proprietária sobre a abordagem dos policiais civis, a Corregedoria da Polícia Civil aguarda a reclamação formal”.
As imagens mostram os frequentadores dentro da boate, e, depois, a chegada da polícia no estabelecimento. Em uma das gravações, é possível ver um policial arremessando uma bomba no local. Os frequentadores correm e algumas pessoas chegam a pular a barreira que separa a pista de dança do espaço onde são vendidas as bebidas.
No dia da operação, a polícia explicou que algumas pessoas tentaram fugir da revista e que, por isso,  foi preciso usar bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Um vendedor de 21 anos foi ferido por um policial. Ele levou dois tiros no braço, foi socorrido e levado para o hospital Antônio Bezerra de Faria. Segundo o delegado de Crimes contra a Vida de Cariacica, João Paulo Pinto, os disparos aconteceram após um homem tentar roubar a arma de um policial.
Operação fecha boate, prende pessoas e apreende armas no Espírito santo (Foto: Fábio Linhares/TV Gazeta)Operação fecha boate, prende pessoas e apreende armas no Espírito santo (Foto: Fábio Linhares/TV Gazeta)
Mas, segundo advogado da boate, Roger Nolasco, em nenhum momento houve reação à chegada da polícia por parte dos frequentadores. “As imagens são muito claras, demonstram que em momento algum houve tentativa de saída por parte dos frequentadores. Em momento algum houve resistência à abordagem policial e nem tentativa de se tomar a arma da autoridade policial que ali estava”, afirmou.
Para ele, a ação da polícia foi exagerada. “Nosso questionamento é a forma como a operação foi realizada. Não é a operação em si, não é a presença da polícia no local. Não temos restrições com relação a isso, até porque a boate possui todas as autorizações necessárias para funcionar. Nosso questionamento se restringe à forma como a operação foi feita, que ao nosso ver, causou dano a quem não tinha responsabilidade alguma sobre eventuais pessoas que têm problema com a Justiça. Nos parece que lacrar todas as saídas de um local fechado, lançar bombas lá dentro e não permitir a saída das pessoas não corresponde com o procedimento adequado de segurança”, disse.
Ainda de acordo com Nolasco, não há possibilidade de alguém ter entrado armado no local. “Como a revista é bastante rigorosa, nós consideramos impossível a entrada ao local portando armas. A revista é extremamente rigorosa, quem frequenta o local sabe disso”, disse.
Operação
De acordo com a Guarda Municipal de Vila Velha, a operação foi comandada pelas Delegacias de Crimes Contra a Vida (DCCVs) de Vila Velha e de Cariacica. Uma delegacia móvel e o serviço de inteligência foram montadas no local.    
Ainda segundo a Guarda, as investigações começaram quando os policiais souberam que iria acontecer uma festa em que estariam presentes foragidos da Justiça e pessoas armadas. “É bom esclarecer que esse movimento só aconteceu por que tinham várias pessoas lá com mandado de prisão em aberto, pessoas reclusas que saíram do presídio no período de 10 a 17 de outubro, concedido pela Justiça, e que estavam cometendo crimes ali dentro, e também a presença de menores naquele estabelecimento”, explicou o Chefe de Polícia, Joel Lyrio, no dia da operação.
Segundo a polícia, dos 26 detidos, 12 foram por descumprimento de saída temporária, seis por mandado de prisão ou busca e apreensão em aberto, e outros oito em flagrante. Desses oito, dois foram encaminhados para o presídio e os demais liberados. “Algumas armas a gente encontrou dentro da boate, outras, no momento em que a gente chegou foram dispensadas pela parte dos fundos e o restante a gente encontrou dentro dos carros dos frequentadores”, disse o delegado do GOT, Eduardo Khaddour.
Ainda de acordo com a polícia, algumas pessoas tentaram fugir da revista. Houve um princípio de confusão e a polícia precisou usar bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Um vendedor de 21 anos foi ferido por um policial. Ele levou dois tiros no braço, foi socorrido e levado para o hospital Antônio Bezerra de Faria. Segundo o delegado de Crimes contra a Vida de Cariacica, João Paulo Pinto, os disparos aconteceram após um homem tentar roubar a arma de um policial.
“Infelizmente, a gente teve que atuar de uma maneira enérgica no momento em que alguns elementos, por saberem que seriam abordados, tentaram fugir da boate. Para isso, eles tentaram forçar a porta, quando houve a necessidade de se intervir. Durante essa intervenção, um dos elementos que estava no interior da boate, tentou tomar a arma de fogo de um dos policiais, razão pela qual ele efetuou o disparo para proteger a sua vida e o seu equipamento”, disse.
Nesta segunda-feira (20), a Polícia Civil informou que se há algum questionamento da proprietária do estabelecimento sobre a abordagem dos policiais civis, a Corregedoria da Polícia Civil aguarda a reclamação formal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário