quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Ação policial no Rio evidencia falta de controle de estacionamento rotativo


Prefeitura não quer explicar como é feita a venda de talões.
Controle não é feito desde que contrato foi encerrado; 20 foram detidos.

Do G1 Rio
Os 20 guardadores de carros detidos na manhã desta quinta-feira (16) durante uma operação policial na Zona Sul do Rio foram liberados logo depois de prestarem esclarecimentos. De acordo com a Polícia Civil, todos eles apresentaram registro de trabalho, o que afastou qualquer suspeita de exercício ilegal da profissão. A polícia queria saber quem está trabalhando ilegalmente, com uniforme da Embrapark.

Conforme mostrou o RJTV, o estacionamento rotativo da Zona Sul do Rio está sem controle desde que a Embrapark teve o contrato encerrado. A prefeitura afirmou que ainda vai abrir licitação para que uma nova empresa supervisione as vagas. Enquanto isso, motoristas ficam sem saber quais regras estão valendo.

Muitos dos guardadores levados para a delegacia dizem que agora trabalham para Sindicato dos Operadores de Tráfego e Guardadores de Veículos do Brasil (Sindotguave). “Muitos guardadores são pessoas que a gente aproveitou da Embrapark. São guardadores que estão trabalhando com uniforme, a cor é da Embrapark, só que o símbolo é outro, e o crachá é o crachá do sindicato”, disse o presidente do Sindotguave Renato Ramos.
Na Lagoa, Zona Sul, depois da ação da polícia não havia guardador para vender os tíquetes de estacionamento. Com guardador ou não, a prefeitura afirmou que é obrigatório o uso do ticket nas vagas rotativas. E o motorista que não tiver o cartão pode ser multado e ter o carro rebocado. Mas o único ponto de venda dos talões estabelecido pela prefeitura é a sede da Secretaria Municipal de Transportes, que fica na rua Dona Mariana, em Botafogo. Mas lá, a quantidade mínima de compra é de oito mil tíquetes, a R$ 0,70 cada, ou seja, o valor total é de R$ 5,6 mil.

Para a prefeitura, nem a Secretaria Municipal de Transportes, a CET-Rio, ou a Guarda Municipal podem fiscalizar os flanelinhas ilegais. A atribuição seria da PM. Já a Polícia Civil diz que motoristas devem denunciar casos de cobrança abusiva sob ameaça.

“O problema é vaga a R$ 10. Vai me dar ou vou fazer isso, vou fazer aquilo. As pessoas ouvem isso sempre e não procuram a delegacia. Se não procurar a delegacia, não tem como prender”, afirmou a delegada titular da 14ª DP (Leblon), Monique Vidal.

Ninguém da prefeitura quis dar entrevista para esclarecer como a venda de talões é controlada na cidade. Apenas disse que seis pessoas físicas e nove jurídicas estão cadastradas para vender os talões e não explicou quem supervisiona e organiza a cobrança do estacionamento rotativo. A Embrapark disse que fez um acordo para que o sindicato absorvesse os guardadores demitidos pela empresa.
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