segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Troca de tiros deixa um morto na Mangueira, diz polícia


Segundo a CPP, criminosos teriam atirado contra patrulha.
Segurança está reforçada na Mangueira desde a morte de Tuchinha.

Do G1 Rio
Um suspeito de tráfico de drogas morreu neste domingo (7) após troca de tiros com policiais na Mangueira, comunidade na Zona Norte do Rio. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), o tiroteio teve início por volta das 14h, quando criminosos atiraram contra uma equipe do Grupamento Tático de Polícia de Proximidade (GTPP), da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que fazia patrulha no Beco do Sobel.
Homens armados teriam atirado os PMs, que revidaram. O baleado, até as 19h não identificado, foi levado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu ao ferimento. Ainda de acordo com a CPP, o suspeito estava com uma pistola Glock 9 milímetros, 40 munições e dois carregadores. O caso foi registrado na 17ª DP (São Cristovão).
Ex-traficante, Tuchinha foi funcionário do AfroReggae (Foto: Reprodução/TV Globo)Ex-traficante, Tuchinha foi funcionário do
AfroReggae (Foto: Reprodução/TV Globo)
A 17ª DP (São Cristóvão) instaurou inquérito para apurar o homicídio "decorrente de intervenção policial de um suspeito". Uma perícia foi feita no local e os PMs envolvidos na ação foram ouvidos e tiveram as armas apreendidas para análise.
Morte de Tuchinha
O policiamento foi reforçado no Morro da Mangueira, Zona Norte do Rio, na noite de sexta-feira (5), em caráter preventivo. O clima na comunidade está tenso desde a terça-feira (2) quando Francisco Testas Monteiro, o Tuchinha, ex-líder do tráfico local, foi assassinado em plena luz do dia. Dois suspeitos do crime já foram identificados, segundo informou a Polícia Civil, mas nenhum deles foi preso.

Na quarta, um dia após a morte de Tuchinha, as aulas foram suspensas para cerca de 600 alunos no Ciep 241 - Nação Mangueirense. O motivo, segundo informou Secretaria de Estado de Educação, foi "garantir a integridade física e moral de seus alunos, professores e funcionários".
O assassinato de Tuchinha não foi esclarecido. Pouco depois de ele ser morto a tiros enquanto aguardava a lavagem de seu carro importado, uma Land Rover, Guilherme Nascimento, de 37 anos, também foi assassinado com 14 tiros numa rua a 500 metros do local do primeiro crime. Segundo a polícia, Guilherme era parente de um traficante chamado Lourival, o que levantou a suspeita dos investigadores de que ele tenha sido morto em represália à morte de Tuchinha.
Ex-traficante
Para a polícia, Tuchinha, que comandou a venda de drogas na Mangueira na década de 80,não abandonou o tráfico. Desde que saiu da cadeia, em 2011, ele passou a trabalhar no AdroReggae, com carteira assinada, e dava palestras a jovens.

Ele já tinha cumprido 21 de prisão por duas condenações. Em agosto de 2011, foi beneficiado com o regime semiaberto. Desde então, ele afirmou ter abandonado o tráfico de drogas.

Na terça, investigadores estiveram na comunidade, conversaram com moradores e realizaram uma perícia nos locais onde Tuchinha e Guilherme foram assassinados. Testemunhas começaram a ser ouvidas por agentes da Polícia Civil. O AfroReggae divulgou uma nota oficial lamentando a morte de Tuchinha e disse que ele foi contratado com carteira assinada apenas depois de cumprir a pena e abandonar o mundo do crime.

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