quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Nova redução no volume de água do Rio Paraíba preocupa autoridades


ANA autorizou reduzir de de 165m³/s para 160m³/s a vazão afluente à barragem de Santa Cecília
 Marcelo Esqueff

ANA autorizou reduzir de de 165m³/s para 160m³/s a vazão afluente à barragem de Santa Cecília

A Agência Nacional das Águas (ANA) reduziu, pela segunda vez, a vazão afluente à barragem de Santa Cecília, no Rio Paraíba do Sul. De acordo com a Resolução 1309 publica da em Diário Oficial, a redução é de 165m³/s para 160m³/s, começou a valer no dia primeiro deste mês e segue até o próximo 30. Tal medida pode prejudicar ainda mais o interior do Rio de Janeiro, que já enfrenta estiagem desde abril deste ano. Autoridades veem a decisão como preocupação.
Na autorização anterior de 17 de julho, pelas Resoluções 1072 e 1038 de 2014, a vazão de 190m³/s já tinha caído para 165m³/s. A nova redução é parte do acordo firmado entre os dos três estados que dividem a bacia: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas gerais, em reunião com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o presidente da ANA, Vicente Andreu, e representantes de outras instituições interessadas, no dia 18 de agosto, na sede do MMA.
A redução busca preservar os estoques de água disponíveis no reservatório equivalente da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, composto pelos barramentos de Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil.
BAIXA HISTÓRICA 
O Rio Paraíba do Sul registrou na semana passada a cota mais baixa de sua história, desde que começou a ser monitorado em 1922, atingindo 4,65 metros. O ideal segundo o subsecretário de Defesa Civil de Campos, major Edson Pessanha, é que o riotivesse medindo entre 5,30m a 6,50m.
“No de diz respeito à Defesa Civil não temos muito que fazer, mas acredito que os órgãos ambientais que estão acompanhando essa situação devam fazer alguma coisa, pois a situação é preocupante. Não há por parte das instituições meteorológicas perspectiva de chuvas na cabeceira do Rio Paraíba, o que seria o ideal para melhor a situação do rio aqui nas regiões Norte e Noroeste. Essa falta de chuva somada à diminuição da vazão afluente, com certeza irá acarretar mais problemas”, avaliou Pessanha.
O major informou que a medição do Rio Paraíba do Sul nesta quinta-feira (04/09) é de 4,73 metros. A notória estiagem e seca acarretam problemas não só ao setor pesqueiro, que já registra diminuição dos peixes de água doce, como, por exemplo, traíra e tilápia, mas também para a lavoura, com a falta de água para irrigação.
“Tem lavouras que podem ser irrigadas, mas a pastagem fica vulnerável já não é possível irrigar toda essa área, com isso o capim seca, falta alimento para o gado. No caso do gado de corte vem a perda de peso, o leiteiro não tem boa produção. Esse ciclo acarreta na mesa da população, pois o preço da carne e do leite aumentam”, enumerou o subsecretário.
A Defesa Civil juntamente com a Secretaria de Agricultura vem desenvolvendo algumas atividades para ajudar a minimizar o problema dos produtores rurais, como é o caso das cinco bombas que foram instalas do para jogar água para os canais Campos-Macaé, Coqueiro e Cambaíba, todas com a finalidade de levar água à Baixada Campista. “São captados 1400 litros de agia por minuto e mesmo com a baixa no Rio Paraíba ainda estar sendo possível fazer esse serviço”.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Por meio de nota, a Águas do Paraíba informou que não há motivo para alarmar a população. A concessionária diz que momento é de conscientização e enumerou algumas regras que os munícipes podem adotar. São eles: corrigir vazamentos; não varrer calçadas com água; não lavar carros com mangueira; fechar as torneiras ao se ensaboar, escovar os dentes ou fazer barba; reutilizar água da maquina de lavar roupa para lavar pisos; além de denunciar "gatos" de água, mesmo anonimamente, através do telefone Ligue Água 115.
Quanto ao nível do Rio Paraíba do Sul, a Águas do Paraíba disse que: “mesmo em condições muito mais severas, a Estação de Tratamento de Água da Coroa, uma das maiores, mais completas e complexas do Estado do Rio de Janeiro, tem condições de captação, tratamento e distribuição de água, ou seja, até menos da metade do atual nível, que está em torno de 4,73 metros. Quando e se houver qualquer ameaça ao abastecimento de água em Campos, a concessionária Águas do Paraíba, responsavelmente, será a primeira a alertar a população e autoridades”, diz a nota.
NA FOZ DO RIO EM SJB
Acontece na parte da manhã desta sexta-feira (05/09) no Instituto Estadual do Ambiente (INEA), no Rio, uma reunião onde serão discutidos vários assuntos, entre eles a captação de água no Rio Paraíba do sul para abastecimento da população sanjoanense. 
Segundo o superintendente da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), Ranieri Nogueira, um plano emergencial foi montado para melhorar o serviço. Ele consiste na desobstrução de uma ilha que se formou no período de seca e no desassoreamento da faz do rio em Atafona.
“Essa medida vai aumentar a pressão da vazão na foz e com isso evitar o que chamamos de intrusão, que nada mais é a invasão salina, que nada mais é que a quantidade de água que chega à foz é menor e a água do mar que vai entrando é cada vez maior”, explicou.
Outra medida, a longo prazo, que está sendo estudada é a mudança do local onde é feita a captação de água, o que permitirá obter um volume maior. “Neste final de semana estaremos percorrendo o leito do rio para medir a salinização da água para finalizar o estudo”, completou Ranieri acrescentando que participam da reunião representantes das regiões Norte e Noroeste Fluminense.
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Fonte: VALQUÍRIA AZEVEDO / ASCOM

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