sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pesquisadores encontram materiais utilizados por escravos em Campos


material encontrado será analisado na Universidade Federal de Minas Gerais
 Divulgação / Ascom

material encontrado será analisado na Universidade Federal de Minas Gerais

Uma fogueira com carvão e ossos e muitos mariscos. Estes foram os primeiros materiais encontrados pelos pesquisadores, na segunda fase do projeto “Café com açúcar: Escravidão em área de açúcar e café no Sudeste rural”, no Solar do Colégio, onde funciona o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho. As atividades tiveram início nesta quarta-feira (09/07).
Segundo o coordenador do projeto, o arqueólogo, Luís Cláudio Symanski, esta estrutura é importante, pois dá acesso às atividades de socialização que estavam ocorrendo na época, relacionada ao mercado de preparo e consumo. “Observamos que eles preparavam os alimentos, como peixe, marisco, carne de caça e porco do mato, e consumiam em volta da fogueira. Queremos descobrir informações do cotidiano dos escravos, como eles viviam, suas condições econômicas e as mudanças através do tempo”, disse.
Segundo a historiadora Larissa Manhães, este ano as escavações arqueológicas terão como objetivo buscar objetos ou os alicerces das senzalas e também vestígios da casa de recreio descrita pelo viajante Saint-Hilarie, no século XVIII.
O grupo é composto de estudantes da Universidade Federal do Paraná e da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima.
O trabalho teve início em julho de 2012. Na ocasião foram encontrados diversos materiais referentes à presença escrava na área escavada, como cachimbos, ossos, moedas, porcelanas entre outros materiais dos séculos XVIII e XIX.
No Brasil há três meses, a mestranda em Antropologia, moradora da Costa Verde, na África do Sul, Ângela Varela aproveita a oportunidade de conhecer mais da cultura brasileira. “No meu país temos poucos arqueólogos, mas acho muito importante a oportunidade de participar destas escavações para perceber como se faz, e qual eram os instrumentos utilizados no passado. Aqui temos mais recursos de pesquisa”, disse.
Ao final do período de trabalho haverá uma palestra do professor Luís Symanski, falando sobre os resultados das escavações, e também a abertura de uma exposição de pranchas do pintor Vítor Frond, com ilustrações feitas para o livro “Brasil Pitoresco”, que marca o início da escrita da História do Brasil no período Imperial. O material encontrado será analisado na Universidade Federal de Minas Gerais.
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Fonte: URURAU

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