terça-feira, 8 de julho de 2014

Hospital quer evitar morte de outros bebês


Hospital dos Plantadores de Cana 2
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O médico Fernando Azevedo falou sobre o caso
Depois da denúncia de que um bebê  morreu no último sábado (5), no Hospital dos Plantadores de Cana (HPC), o médico que responde pela diretoria clínica do hospital falou ao Campos 24 Horas na manhã desta terça-feira(8)sobre o assunto.
De acordo com o coordenador do Projeto Cegonha do HPC, o médico Fernando Azevedo, a morte da criança foi uma fatalidade.
“Segundo os relatos no prontuário, a paciente deu entrada em pleno trabalho de parto com evolução rápida, sem condições de realização de cesariana e apresentando descolamento prematuro de placenta, o que infelizmente causou a morte do bebê. Por causa desse descolamento, a criança perdeu o contato com mãe, o que faz ela sobreviver dentro da barriga”, disse Fernando Azevedo, ainda informando que o bebê chegou com vida na unidade.
Fernando Azevedo também foi indagado se os médicos agiram de forma correta insistindo no parto normal em vez de uma cesariana, mesmo com a mãe reclamando de dores fortes e com sangramento por cerca de três horas.
“Aqui, nenhum médico se nega fazer uma cesariana, até porque praticamente 70% dos partos na unidade são cesarianos, devido o hospital ser referência na maternidade de alto risco. O que aparentou é que a gestante já tinha um histórico de parto normal anterior e quando chegou no hospital apresentou um trabalho de parto normal”, afirmou Fernando Azevedo. Ele destaca que o caso está sendo investigado para evitar a morte de outros bebês.
Os pais do bebê suspeitam que morte foi causada por negligência médica. Devido a dúvida, o pai da criança, Luan Carneiro da Silva, de 22 anos, registrou um boletim de ocorrência na 134ª DP / Centro. Em razão disso, o corpo teve que ser levado para o Instituto Médico Legal(IML) antes da liberação para o sepultamento.
mãe e pai bebê
Bruna e seu marido Luan
Relembre o caso
A jovem Bruna Azeredo dos Santos, de 19 anos, cujo bebê morreu no último sábado(5), no Hospital dos Plantadores de Cana(HPC), falou por telefone na manhã desta segunda-feira com a redação do Campos 24 Horas e desabafou contra o atendimento médico. Ela e o marido Luan Carneiro da Silva, de 22 anos, suspeitam de negligência médica.
A jovem relata o momento dramático vivido na sala de pré-parto do hospital.
“Comecei a sentir dores e ter sangramento em casa. Chequei ao hospital por volta das 4h da madrugada de sábado e a médica me disse que era para eu não reclamar das dores, caso contrário não iria me consultar. Eu disse que era impossível não reclamar, pois estava sentindo dores fortíssimas”, desabafou.
Segundo Bruna, a médica se negou a fazer cesariana. “Ela me disse que eu já tive um filho de parto normal e não iria me operar. Após três horas de espera na sala de pré-parto, já não agüentava mais, quando percebi que a cabeça do meu bebê já estava saindo. Mesmo assim, a médica não fez a cesariana. Outra médica chegou à sala e colocaram algo pesado sobre a minha barriga até o bebê sair”, afirmou.
A jovem, que falou ao Campos 24 Horas ainda da enfermaria do hospital, pois até esta manhã não havia recebido alta, afirma ainda que, ao ser examinada, a médica ouviu o coração da criança. “Ela disse que o bebê estava bem. No entanto, após ele ter nascido, o colocaram na cama com os pés virados para mim. Foi quando consegui levantar e vi que o rosto dele estava roxo”, revelou.
O pai da criança, Luan Carneiro da Silva, de 22 anos(na foto acima) registrou um boletim de ocorrência na 134ª DP/Centro. Em razão disso, o corpo teve que ser levado para o Instituto Médico Legal(IML) antes da liberação para o sepultamento.
Hospital dos Plantadores de Cana 3Hospital fala sobre o caso
Segundo informações da direção do hospital, a paciente deu entrada em pleno
trabalho de parto com evolução rápida e apresentando descolamento prematuro
de placenta. De acordo com a direção o feto sofreu asfixia grave levando ao
óbito. O hospital informou também que a paciente estava em trabalho de
parto avançado sem condições de realização de cesariana.
A pedido da mãe o natimorto foi apresentado a mesma, por isso foi colocado
ao lado da mãe, ainda no centro cirúrgico.
Na Certidão de Óbito, consta “Anóxia Fetal , Deslocamento Placentário” como causa. Uma médica de iniciais A.B.A.M. foi quem atestou o óbito. O período de gestão citado pela médica foi de 37 a 41 semanas.
O pai da criança, Luan Carneiro da Silva, de 22 anos, morador no bairro Matadouro, em Campos, disse ao Campos 24 Horas que sua mulher foi hospitalizada sentindo fortes dores e com sangramento. Mesmo assim, houve demora no atendimento. “Minha mulher disse à médica que a bolsa tinha rompido e a cabeça da criança já estava aparecendo. Mesmo assim não a atenderam”, denunciou.

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