sexta-feira, 16 de agosto de 2013

QUEIMADA DESCONTROLADA TEM PREJUÍZOS AOS PRODUTORES

Queima descontrolada da cana tem causado prejuízos aos produtores

Crime pode está sendo praticado por caçadores de preás
 Mauro de Souza/Vagner Basilio

Crime pode está sendo praticado por caçadores de preás

Não é de hoje que a cultura da queima da cana-de-açúcar na região vem causando transtornos e prejuízos aos produtores e ao meio ambiente. Atualmente, essa prática está proibida pela Lei Estadual (5990/11), que estabelece prazo, até 2020, para o fim total da queima da palha da cana. Mas, apesar da legislação, muitos ruralistas estão tendo suas propriedades invadidas e suas lavouras queimadas por clandestinos e caçadores de preá. Segundo o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro Ltda. (Coagro), de Campos, Frederico Paes, hoje cerca de 40% das canas estão sendo queimadas descontroladamente.
Diante dessa situação, o presidente convocou a imprensa local para uma coletiva, a fim de, explicar a real situação do que vem acontecendo na região, e que segundo ele, trata-se de atos criminosos, visto que, a queimada, sem autorização do órgão responsável, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e tão quanto a caça de preás, que são animais silvestres, são considerados infrações graves.
De acordo com Frederico, desde 2010 a cooperativa tem tido vários avanços para redução das queimadas como: garantia de insumos agrícolas, capacitação dos funcionários para operarem com máquinas de grande porte, investimentos milionários em máquinas e outros recursos, enfim tudo para que até a data prevista pela lei, a prática de queimadas esteja completamente banida da região.
“A queima descontrolada da cana provoca uma série de prejuízos e transtornos como fuligens; investimentos perdidos; destruição completa da área afetada pelas chamas; perda de sacarose, cana envelhecida ou morte da mesma, sem contar que a queimada pode avançar e atingir áreas de lagoas, mananciais e matas ciliares”, enumerou o presidente.
A cana, segundo ele, é colhida de forma crua e com máquinas. Com a queima, todo esforço do produtor e investimento por parte das cooperativas, são perdidos. “Hoje, o produtor quer cortar cana crua. Então ele investe, planta, espera, acredita e quando chega na hora de colher a matéria prima, está queimada. Já mandamos ofício para o Inea, pedimos reforço a Polícia Florestal e Militar e também a Guarda Ambiental, mas ainda assim os crimes continuam acontecendo”, lamentou.
INVESTIMENTOS Na safra de 2011/2012 a cooperativa investiu aproximadamente R$ 12 milhões para o corte mecanizado da cana. Com o recurso, a indústria adquiriu seis colheitadeiras e mais quatro alugadas, onde foram gastos mais de R$ 200 mil reais; 16 tratores de grande porte; oito caminhões de corte de cana picada; quatro cavalos mecânicos e 12 semirreboques. 
Para este ano, segundo o presidente, a Coagro injetou uma quantia de R$ 6,5 milhões. “Os recursos que nós investimos não estão dando resultados, não são os esperados, isso justamente por conta dessa situação (queimada)”, explicou Frederico informando que em 2012 apenas 38 casos de queima de cana foram registrados na região.
O CONTROLE PODE SER FEITOSegundo o presidente da Coagro, cada produtor tem um cadastro e esse mesmo pode ser controlado pelo Inea, através de GPS. Dessa forma, o órgão sabe quem é quem, que dia o cadastro foi realizado, onde fica localizada a propriedade do cidadão, entre outras coisas. 
Ele ainda comentou que quando você tem a devida autorização do órgão fiscalizador, essa queimada é feita de maneira correta, distante do centro urbano, na hora exata, com presença de caminhões pipa, entre outros métodos.  
“O controle pode ser feito e esse mecanismo pode ser usado também pela própria Polícia Florestal. O que nós queremos é que esses criminosos sejam presos, porque daqui a pouco o Ministério Público Estadual (MPE) vai jogar esse peso pra cima da gente, e isso não é justo, pois estamos fazendo a nossa parte”, enfatizou Paes acrescentando que os cinco caminhões comboio, para apagar incêndio, que a cooperativa possui não dá conta em atender os mais de nove mil produtores rurais da região.
Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Campos, José do Amaral, a queima da cana é prejudicial em qualquer etapa da vida do produto. “É um prejuízo que se sucede nos anos seguintes a queima. Estamos desestimulados, pois muitos de nós vivemos do lucro que a cana nos dá, e se esse lucro diminui, o nosso poder de sobrevivência cai também. Estamos tirando dinheiro do bolso e jogando fora”, lamentou o ruralista.
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Fonte: KELLY MARIA

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