terça-feira, 16 de julho de 2013

CASO DO FALSO SEQUESTRO CADA VEZ MAIS COMUM

Crime do falso sequestro cada vez mais comum no município de Campos

Delegado orienta que vítimas registrem o crime na delegacia mais próxima
 Carlos Grevi

Delegado orienta que vítimas registrem o crime na delegacia mais próxima

“Quando recebi a ligação daquele homem me ameaçando e a voz de uma menina pedindo socorro ao fundo, me desesperei. Fiquei sem saber o que fazer. Desliguei e tentei ligar pra minha filha, mas não conseguia. Depois fui correndo no trabalho dela e a encontrei. A sensação de encontra-la bem e segura foi uma das melhores que já tive em toda a minha vida”, esse foi o relato do almoxarife Jonas Marcio da Silva Carneiro, vítima de um crime que vem se tornando comum em Campos, o falso sequestro.
As ligações são feitas através de celulares de criminosos que, na maioria das vezes, estão presos. Durante a chamada, o autor do crime anuncia o suposto sequestro, estabelece a quantia em troca da pessoa e marca o local de entrega ou conta bancária para que o dinheiro seja depositado.
De acordo com o chefe do Setor de Operações do 8º Batalhão da Polícia Militar, capitão Márcio Rosa, na maioria dos casos os bandidos usam mulheres e crianças para se passar por vítimas. “A maior parte dos casos que chega à polícia são do sexo feminino e crianças. Há duas formas dos bandidos conseguirem apanhar o dinheiro, marcando um local ou depósito no banco. Os valores variam de acordo com a exigência do criminoso”, destacou.
Uma lixeira pública foi o local escolhido para o almoxarife Jonas deixar o dinheiro. “O bandido me disse que tinha sequestrado minha filha por engano e para libertá-la eu precisava pagar R$ 2.700. Ele exigiu que o dinheiro fosse colocado dentro em um saco plástico e deixado dentro de uma cesta de lixo. Depois ele ligaria para combinar o local para deixá-la, tudo isso com uma menina gritando ‘Pai me ajuda, quero sair daqui. Socorro, pai’. Foram minutos de pânico”, revelou Jonas Márcio.
O capitão Márcio Rosa explicou que as vítimas têm que manter a calma, não passar nenhuma informação ao bandido e acionar a Polícia Militar. “Por mais difícil que seja no momento o mais recomendado é ter calma. Assim que atender e perceber que é uma ameaça de sequestro desligue o celular e tente entrar em contato com o ‘sequestrado’. Caso contrário ligue para o 190 e explique a situação à polícia, nós vamos fazer o possível para resolver o problema”, explicou.
A Polícia Civil do município vem realizando investigações para identificar suspeitos de praticarem esse tipo de crime. No início deste mês uma mulher foi presa suspeita de cometer 22 crimes de extorsão através do falso sequestro em Campos e São Fidélis.
Segundo o delegado adjunto da 134ª Delegacia Legal do Centro, Rodrigo Maia, a conta bancária de Soraia Rodrigues Azevedo, 36 anos, era usada para depósito de diversas vítimas que eram ameaçadas pelo marido da suspeita e outros homens dentro do presídio. Os valores extorquidos por eles variavam entre R$ 500 a R$ 1 mil.
A investigação aponta que mais 18 pessoas estão envolvidas na quadrilha. Alguns dos suspeitos estão presos e outros já têm passagem pela polícia. As investigações que, até este mês, duraram seis meses será prolongada até a prisão de todos os bandidos.
Para ajudar a combater esse crime e prender os bandidos, o delegado titular da 134ª DL, Geraldo Asseed, aconselha que as vítimas do falso sequestro façam o registro de ocorrência.
“Como toda a investigação, precisamos da contribuição e apoio da população, por isso é importantíssimo que as vítimas vão à delegacia e façam o registro. A partir desse grande passo nós vamos ter fundamentos comprovados para localizar e prender o bandido”, aconselhou Geraldo.


Fonte: MAYARA FERNANDES- 

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