terça-feira, 23 de abril de 2013

TUBERCULOSE AUMENTA 40 NOVOS CASOS POR 100 HABITANTES


Tuberculose aumenta 40 novos casos por 100 habitantes ao ano em Campos

Maior parte das vítimas são do sexo masculino com idade entre 25 a 34 anos
 Reprodução/Arquivo

Maior parte das vítimas são do sexo masculino com idade entre 25 a 34 anos

Apesar do avanço da medicina com novas descobertas e métodos eficazes para o tratamento, a tuberculose ainda atinge um terço da população mundial. O Brasil ocupa o 17º lugar no ranking dos países considerados com alta carga da doença. No ano passado, 70.000 pessoas foram diagnosticadas com tuberculose no país, segundo informações do Programa de Combate a Tuberculose (PCT) de Campos.
De acordo com a PCT, a doença representa a quarta morte por doenças infecciosas e a primeira entre pacientes com Aids. Através disso o Ministério da Saúde recomenda que seja feito o teste anti-HIV em todas as pessoas que estiverem com o vírus.
O Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch foi descoberto em 24 de março de 1882, pelo então médico Robert Koch. A descoberta da doença infectocontagiosa foi um marco importante na luta pelo controle e eliminação da tuberculose que, na época, matou milhares de pessoas mundo à fora. 
Em Campos, foram diagnosticados 192 novos casos da doença em 2012. Através do resultado, ficou constatado o aumento de 40 novos casos por 100 habitantes. Entre as vítimas 66% eram do sexo masculino com idade entre 25 a 34 anos.
Segundo o Programa de Combate à doença, a tuberculose afeta diversos órgãos do corpo, mas principalmente 80% os pulmões. O vírus é transmitido pelo ar, através da tosse, fala ou espirro.  Quanto maior aglomeração de pessoas maiores são as chances de transmissão. Apesar disso, após duas semanas de tratamento o paciente não é mais contaminante.
O motorista Genilson Ribeiro de Lima, 48 anos, foi diagnosticado com a doença há 22 anos. Durante uma semana ele começou a ficar sonolento, tossindo e adquiriu uma sensibilidade nas costas. Três dias depois começou a tossir sangue.
Genilson contou que procurou uma unidade de saúde logo em seguida, onde foi diagnosticada a doença. “Eu desconfiava, mas não sabia o que estava acontecendo direito. No outro dia fui rapidamente a um clínico geral. O médico passou um raio X foi aí que fiquei sabendo que estava com tuberculose”, revelou o motorista, explicando que nos primeiros meses o contato com outras pessoas foi evitado. 
Por ter descoberto no início da doença, ele não precisou ser internado. O processo de cura durou sete meses. “Descobri logo no início, por isso não fiquei internado. Tudo que eu usava era reservado, como talheres, roupas de cama entre outros. Por recomendação médica tive que evitar contato com as pessoas. Nesse tempo eu tomei 12 remédios diferentes e fiz várias visitas ao especialista. Graças a Deus descobri a tempo de me curar”, disse aliviado Genilson.
Este ano, o tema da campanha, lembrado em todo mundo no dia 24 de março — Dia Internacional de Combate à Tuberculose—, foi “Tuberculose: Tosse por mais de três semanas é um sinal de alerta. Quanto antes tratar, mais fácil de curar. Procure uma unidade de saúde”.
Em 25 de março de 2013 o secretário de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa anunciou que um novo teste será disponibilizado pelo SUS, o Gene Xpert detecta o DNA do bacilo causador da doença em 95% dos casos, e a resistência à Rifampicina. O resultado sai em apenas 2 horas contra 60 dias da cultura convencional. 
AÇÕES
Para o diagnóstico precoce é necessário que o paciente procure ou seja encaminhado para fazer o exame de escarro sempre que tiver tosse por mais de três semanas. O Programa de Combate a Tuberculose recebe amostras de escarro durante a semana, pela manhã. O resultado é liberado no mesmo dia. As unidades de saúde podem solicitar o exame de escarro e encaminhar o paciente ao PCT.
Para o Tratamento adequado, os medicamentos têm que ser tomados na quantidade prescrita, todos os dias, por pelo menos seis meses e sem interrupção. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No PCT de Campos, os pacientes diagnosticados são atendidos mensalmente até a cura. Os contatos dos pacientes são avaliados e tratados se necessário. As pessoas que fazem o tratamento de forma irregular correm o risco de resistência às drogas, dificultando a cura da doença.
O PCT de Campos é Referência para casos de Tuberculose Resistente às drogas para os municípios do Norte e Noroeste Fluminense. 

MAYARA FERNANDES- ESTAGIÁRIA

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